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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Castanhas do Natal sabem bem e partem-se mal

A venda da castanha é um «mundo cão» para os produtores. Os ajuntadores ou intermediários costumam-se reunir nas imediações da Sortegel em que costuma aparecer um ou outro «compadre» ligado à universidade e depois combinam como esmagar os pequenos e médios castanhicultores. Houve quem na universidade ou politécnico se deslumbrasse com o dinheiro gerado da plantação de novos soutos e os movimentos em milhões de euros do mercado da castanha. Começaram a chamar nomes feios à castanha sem perceberem que qualquer grande negócio agrícola poderá ser explicado por qualquer dos bons merceeiros com uma folha de deve e haver. Certo é, que este ano (2015) o preço da castanha em Portugal rebentou como uma castanha na fogueira do magusto.

A Itália terá tido sucesso no combate à doença da «Vespa das galhas do Castanheiro» e aumentou a produção de castanha, tal como a França, que até terá importado do Chile. Para piorar, a Turquia terá vendido uns milhares de toneladas na Europa. O mercado lusitano da castanha tremeu e os preços caíram como castanha madura em dia de vento e chuva. Certo é que a Castanha Martaínha, a melhor de Portugal se chegou a vender a 0,90 €/Kg e a belíssima castanha do vale de Bestança/Cinfães a 0,40 €/Kg.

Há 15 anos que luto para que a castanha portuguesa entre mais no mercado interno (restauração e lares). Contrariamente, alguns «génios» da UTAD ou perfilados em associações próximas dos fundos de Bruxelas apostam nas vendas de castanheiros por viveiristas próximos. Sobre a praga da «Vespa das Galhas do Castanheiro» parece que estiveram à espera que chegasse a Portugal para arranjarem Programas financiados para alguns empacotarem euros. Se a doença era conhecida, pelo menos desde 2002 em Itália, avisado seria haver medidas de prevenção para dificultar a entrada da praga em Portugal.

Voltando à estratégia de valorização da castanha em Portugal, desde finais da década de noventa que pedia mais consumo interno. Por isso, abracei a causa da divulgação de receitas com castanhas, a fim de entrarem nos lares e restauração, publicando o livro «A Castanha - Saberes e Sabores», em 2001. O livro foi adoptado na Escola Superior de Hotelaria de Cascais e outras como de consulta obrigatória. Seguiu-se «Castanea uma dádiva dos deuses», em 2006 e «Memórias da Maria Castanha», em 2013. E preparo o 4.º livro e último sobre o tema, a sair dentro de alguns meses.

Pelo meio criaram-se três Confrarias da Castanha: Confraria da Castanha (Carrazedo de Montenegro/Padrela – Valpaços e desactivada), Confraria dos Soutos da Lapa e Confraria Ibérica da Castanha (Bragança). Sugeri e ajudei a promover alguns concursos gastronómicos para difundir e criar receitas com castanhas na restauração e nos lares. Hoje, entendo que é urgente aumentar o consumo interno de 10% da produção da nossa castanha para 30%. Um doutoramento no Politécnico de Viseu sobre o valor alimentar da castanha esteve no bom caminho e na UTAD, o livro «Castanha um fruto saudável» (que prefaciei) ajudaram à divulgação e valorização da castanha.

Jorge Lage
in:atelier.arteazul.net

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