Um grupo de amigos de Leandro Vale prepara-lhe uma homenagem que deverá culminar no lançamento de um livro que recordará o escritor, o actor e o encenador que marcou o panorama cultural do Nordeste Transmontano durante as últimas décadas do séc. XX e inicios do séc. XXI.
A iniciativa está a ser conduzida pelo historiador Carlos D'abreu que tem vindo a apelar ao envio de textos de todos aqueles que conviveram e possuem memórias sobre um dos mais representativos dinamizadores da actividade teatral no Nordeste Transmontano.
“É chegado o momento de vos recordar que seria interessante se até ao final do mês pudéssemos ter em nossa posse uma colaboração, para em fevereiro podermos elaborar a maqueta, rever os textos e, enviar para a gráfica durante março”, diz Carlos D'abreu referindo-se ao livro que também representará uma homenagem a Leandro Vale.
Embora ainda não haja qualquer data agendada para o seu lançamento, este deverá ocorrer em primeira mão na vila de Torre de Moncorvo, uma vez que Leandro Vale tinha aí a sua residência oficial e aí organizou desde 1999 com o apoio da Autarquia 10 edições do festival internacional de teatro.
Carlos D'abreu, mantém assim um intenso e regular contacto com várias instituições a fim de levar a cabo a tarefa de homenagear o autor de «La Obscuridad Transparente». “Espero entretanto conseguir mobilizar artistas da música, do teatro e da poesia, para esse momento. E também aqui solicitamos a colaboração dos amigos”, apela Carlos D'abreu.
Leandro Vale foi um dos grandes impulsionadores das artes cénicas na região de Trás-o-Montes, tendo escolhido primeiro Bragança e depois Torre de Moncorvo, onde viveu até perto dos seus últimos dias.
O encenador nasceu em Travanca de Lagos, concelho de Oliveira do Hospital a 18 de Agosto de 1940. Formado pelo Conservatório de Lisboa, dedicou toda a sua carreira à promoção da actividade teatral fora dos grandes centros urbanos. Foi um dos Fundadores do CITAC (Circulo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra) em 1955 e trabalhou durante vários anos no Teatro Experimental do Porto.
Para a televisão manteve ao longo de meio ano um programa semanal na RTP Açores. Além do teatro trabalhou também como jornalista e radialista e no cinema participou na longa-metragem “Sombra dos Abutres” do realizador Leonel Vieira.
Escreveu 180 peças de teatro, das quais 102 chegaram a ser representadas. Nos últimos anos da sua vida estabeleceu uma intensa relação artística com Cuba que considerava como a sua segunda pátria. Nesse âmbito desenvolveu alguma actividade cultural neste país , tendo estado presente no Festival Internacional de Teatro de Havana, dirigindo uma companhia de Holguin, a segunda cidade de Cuba, o Trevol Teatro, num texto de sua autoria intitulado “La Obscuridad Transparente”, baseado no julgamento dos 5 de Miami, um trabalho encomendado pelo Ministério Cultural Cubano.
Leandro Vale foi ainda o responsável por uma missão portuguesa no mais importante certame cultural da América Latina.
O actor, encenador e dramaturgo que dedicou parte da sua carreira à dinamização e ao fomento da actividade teatral no Nordeste Transmontano faleceu no dia 2 de Abril de 2015.
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