Numa altura em que por todo o Nordeste Transmontano se sucedem as festas dos rapazes, na aldeia de Tó, concelho de Mogadouro, a tradição do Farandulo repetiu-se no primeiro dia do ano.
Na também chamada festa do menino, um cortejo de quatro figuras acompanhadas por gaiteiros percorre a aldeia.
Quem segue à frente é o farandulo um rapaz figura vestido de negro e com a cara e as mãos pintadas da mesma cor, que tenta pintar cada rapariga da aldeia, tentando sempre retirar um ramo das mãos da sécia, defendida por sua vez pelo moço.
Um ritual que tem vários significados como conta José Neto, habitante da aldeia. “É uma festa de rituais pagãos, celebra o solstício do Inverno. É associada às estações do ano. A Sécia é a Primavera, o moço é o Verão, o Mordomo o Outono, e o farandulo o Inverno”, refere. Mas visto que a festa “tinha uma grande predominância e envolvia toda a juventude a igreja ‘puxou-a’ para si e deu-lhe o significado de a fuga de nossa senhora para o Egipto”, adianta. Os habitantes e naturais de Tó acompanham o farandulo.
Mas não são os únicos, há visitantes curiosos com esta tradição que assistem. “Já tinha visto uma vez e é uma tradição engraçada, no fundo é um ritual de passagem, então faz parte da tradição e acho importante que não se perca”, afirma Cecília Monteiro, que mora em Gaia.
Mesmo com a mudança da celebração que antes acontecia no dia 6 de Janeiro, para dia 1, de acordo com o presidente da junta de freguesia de Tó, António Marcos, a festa ancestral tem-se mantido mas com alguma dificuldade. “Tem sido uma luta constante da junta de freguesia tentar mover as pessoas em volta da festa.
Apesar de todos gostarem de neste dia participar na festa, fazer parte íntegra dela não é fácil, porque não aqui permanentemente”, frisa. A festa do farandulo, um ritual característico de Tó, no concelho de Mogadouro, continua a sair à rua.
Escrito por Brigantia
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