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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Celeste Nozelos a esposa extremosa do escritor Nuno Nozelos

Os que conhecem o casal Nozelos, só têm palavras de apreço e de elogio para a Celeste Nozelos. Tem uma enorme vaidade no marido, Nuno Nozelos. É capaz de dar voltas e mais voltas para que o trabalho literário do Nuno seja apreciado, conhecido e reconhecido. Ainda me lembro do quanto me procurou e informou porque o Nuno ia ser homenageado na Torre Dona Chama em final de Junho último, a par do seu conterrâneo e amigo, o académico e escritor Ernesto Rodrigues, pedindo-me para que fizesse eco da homenagem. Pelo meio da minha amizade com o casal Nozelos está o amigo comum, Jorge Golias, que é peremptório: - a Celeste tem um orgulho enorme no Nuno Nozelos.

Depois, Ernesto Rodrigues não se esquece do valor do seu conterrâneo. Hoje, tocou o meu telefone e do outro lado da linha, aparece a Celeste, de quem eu queria dar notícias aos amigos leitores. O Nuno está fragilizado com uma doença incapacitante no outono da vida (82 anos). A bela saga da Celeste, lisboeta da Freguesia do Socorro, de 79 anos, começa no berço. A irmã mais velha mimoseava apelidando-a de «mimalha» e de «boneca de casa» (por ser muito bonita) e «vidrinho». Há 56 anos que ajuda o Nuno a ser feliz, pelo muito amor mútuo deste casal. A Celeste teve um gravíssimo problema do peito há uns anos, mas sempre pôs e põe como primeira preocupação o marido. Quando se apresentou aos médicos para se tratar eles ficam espantados por ela detectar a doença no seu início e disse-lhes que «tenho olhos na polpa dos dedos» (por ser fisioterapeuta). De facto os seus conhecimentos profissionais de fisioterapeuta, deram-lhe outra sensibilidade e outro apuro para tratar o Nuno na doença.

O Nuno nem quer ouvir falar de lares de idosos. E qualquer sugestão de algum familiar ou profissional de saúde corta-a com a frase seca e húmida de um mar de amor: - nem pensem em pô-lo num lar! A Celeste dá aos mais comodistas e desumanos uma grande lição de vida! Vai tendo a ajuda dos apoios domiciliários institucionais e da irmã mais nova do Nuno Nozelos, que ele trouxe para Lisboa e reside por muito perto. Do irmão que está na Torre Dona Chama e dos sobrinhos ouve o chamamento para se mudarem para ali, para todos o poderem ajudar e que nas estadas prolongadas do Verão é apoiado. Nos momentos mais lúcidos o Nuno, preocupado com a doença da esposa, vai dizendo à Celeste: - já estás boa? Só confio em ti! E como recompensa de um imenso amor e reconhecimento à companheira, atira-lhe beijinhos quando o muda do quarto para a sala e os olhos enchem-se-lhe de luz e brilho.

A vizinha Catarina vem vê-lo e, também, lhe manifesta gratidão no olhar e nos gestos. Apesar das doenças de ambos, tudo parece assentar num mar de humanidade e humor: - o Nuno está feliz! O amigo e ilustre escritor, Ernesto Rodrigues, escreveu-lhe uma atenciosa carta a desejar-lhes boas-festas. Pequenos grandes gestos que são de uma grande nobreza e vão sempre para além dos actos formais desta vida. Nobre e de merecido mérito foi ainda a homenagem da Junta da freguesia da Torre Dona Chama ao instituir o «Prémio do Conto Nuno Nozelos», em justa homenagem, a que se associou o Presidente do nosso Município, Almor Branco. Falta-lhe, quanto a mim, a medalha da cidade, para «Gente da Minha Terra», para o maior e melhor contista trasmontano, a par de Isaque Barreira, perdão, Jorge Tuela de Vinhais. Mas nunca é tarde quando se acha o momento oportuno. Penso que há muita «gente da minha terra» distraída quer da maioria quer da oposição. Só somos grandes quando sabemos reconhecer o valor e o mérito dos nossos. Fica um ar de injustiça sibilina se «escovamos as botas» aos de fora e esquecemos a «gente da minha (nossa) terra»!

Quis aproveitar o exemplo duma «Senhora» que sem saúde mantém o marido em casa, enquanto muitos atiram os seus idosos para os «depósitos de velhos», em situações que contratando os serviços de alguém se ajudavam idosos a ter uma vida mais humana e feliz.

Parabéns à Celeste e as melhoras do grande Nuno Nozelos!

Por: Jorge Lage
in:atelier.arteazul.net

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