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A tarde foi de música. A guitarra servia só para fazer o som de fundo, pois as letras e o resto do instrumental ficaram a cargo dos mais experientes.
Todas as semanas há atividades que servem para levar alegria aos dias que se passam em convívio e que servem para afastar a solidão.
E para quem teme o passar dos anos e a vinda da terceira idade, não há razões para ter medo.
Mário Gradíssio tem 92 anos e diz que estes estão a ser os melhores anos da sua vida.
“Gosto imenso de estar aqui. Estes oito anos foram os melhores que já passei na minha vida.
Antes trabalhava todo o dia. Aqui tenho tempo livre, muitas atividades, distracções e amizades.”
Abílio Lopes é um pouco mais novo, tem 78 anos mas diz ter descoberto há um ano e meio que, afinal, é possível ter mais amigos do que tinha.
“Eu pensava que só tinha amigos na minha aldeia. Mas quando cheguei aqui encontrei uma família, cheia de amor uns para com os outros.
Quando estava em casa tinha de dar banho à minha esposa, levavam-me a comida mas tinha de a aquecer. Aqui tudo se tornou em bem-estar.”
Márcia é alentejana mas é em Macedo de Cavaleiros que encontra quem faça fugir a solidão, assim como Maria Aurora que na Misericórdia de Macedo encontrou a companhia que em casa já não existia.
“Estou aqui há três anos. Todos os amigos que tenho aqui são novos, eu antes não conhecia ninguém. Fiquei sozinha e trouxeram-me para cá. Enquanto aqui estou não penso tanto nem estou tão triste.
É melhor estar aqui do que em casa sozinha. Se lá estivesse já tinha morrido. Aqui passo muito melhor o tempo.”
Ricardo Doutel é animador sócio-cultural na Santa Casa de Macedo de Cavaleiros e há 11 anos que desenvolve atividades com os mais idosos na instituição.
Um trabalho que considera gratificante para ambas as partes e que contribui para a longevidade.
“É muito gratificante pois em vez de passarem o dia sozinhos, o que é perigoso, ou sem nada o que fazer, aqui têm várias atividades de animação que gostam muito e estão sempre a perguntar ansiosos quando voltarei.
A longevidade na terceira idade deve-se maioritariamente à saúde mas estas atividades que os mantêm entretidos a nível psicológico também os ajuda bastante nesse aspeto.”
E um dia dedicado ao idoso é mais que merecido porque, afinal, são eles que passam conhecimento às gerações mais novas.
“É claro que merecem um dia dedicado a eles e muito mais. Eles é que nos passam o conhecimento que têm ao longo dos anos. Aprendemos mais nós com eles do que eles connosco.
Ao longo destes onze anos aprendi muito com eles, nunca imaginei que viesse a aprender tanto.”
O Dia Internacional do Idoso é comemorado desde 1991 e foi instituído pela organização das Nações Unidas. Tem como objetivo sensibilizar para questões como o envelhecimento e os cuidados a ter com a 3ª idade.
Já o Dia Mundial da Música conta com mais alguns anos de existência, tendo sido instituído em 1975 pelo International Music Council, uma instituição fundada pela UNESCO.
Escrito por ONDA LIVRE
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