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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 23 de novembro de 2019

Um país para todos, sem exceção

É com uma sede em Bragança e com uma ação direta por todo o país que vamos promover a coesão territorial. Porque acreditamos que, estando mais presentes no território, conseguiremos um país mais igual, para todos, de Norte a Sul, do Litoral ao Interior. Sem exceção.

Quando recebi o convite do Senhor Primeiro-Ministro para a pasta da Coesão Territorial – que visa a promoção do desenvolvimento regional equilibrado de todo o país, com especial enfoque nos territórios do interior –, decidi que teríamos de ter uma Secretaria de Estado onde faz mais sentido: nos territórios-alvo das nossas políticas. E escolhi ter um gabinete liderado por alguém que, por si só, seria o exemplo de que no interior do país temos pessoas de grande valor, que lá escolheram viver e trabalhar, e que por lá construíram carreiras de sucesso.

Não se pode reclamar mais descentralização se não se está disposto a arriscar fazer diferente. Um país que procura maior coesão territorial só tem a ganhar com a implementação no terreno de gabinetes ministeriais. Foi o que fizemos, pela primeira vez, no Interior Norte do país. Para mim, que venho do Interior Centro, são óbvias as vantagens de aproximar os cidadãos dos centros de poder. E essas vantagens ainda se tornam mais evidentes se levarmos os centros de decisão aos cidadãos.

Foi com base nesta convicção que convidei a Professora Isabel Ferreira, destacada cientista de Bragança, para integrar o Ministério da Coesão Territorial e liderar a Secretaria de Estado da Valorização do Interior. Um convite que foi fiel à minha crença de que um governante tem de representar o exemplo daquilo que defende. Queria que este ministério e, sobretudo, o país pudessem tirar proveito dos seus conhecimentos. Era igualmente meu desejo que com esta secretária de Estado viessem a trabalhar pessoas com essa mesma experiência de vida e disponibilidade para o Interior.

Estava feita a escolha da pessoa certa para o território ideal. Bragança é a cidade do interior mais distante de Lisboa. Separam-nas mais de 500 quilómetros e, mesmo usando as autoestradas A4 e A1, o percurso de carro será de praticamente cinco horas. 

No entanto, qualquer cidadão do Norte e de grande parte do Centro de Portugal sabe que chega mais rapidamente a Bragança do que a Lisboa – não só pela distância a percorrer, mas também pela maior facilidade em aceder ao centro da cidade.

Com este objetivo de proximidade e de quebrar barreiras funcionais, a Secretaria de Estado da Valorização do Interior instala-se, a partir de agora, no Centro Tecnológico Brigantia EcoPark, numa parceria com a câmara municipal e o Instituto Politécnico de Bragança. Esta mudança é um exemplo do que de melhor se pode fazer num abraço entre a ciência, o conhecimento e a economia, com o trabalho conjunto das entidades com responsabilidades no território.

A partir de agora, cidadãos e demais entidades poderão bater à porta desta Secretaria de Estado para serem atendidos por uma equipa que conhece como ninguém a realidade do interior e que tem uma grande experiência no encontro de soluções inovadoras. Doutra forma seria muito difícil ter transmontanos a trabalhar no Governo para o desenvolvimento dos territórios que tão bem conhecem. Até porque em Bragança já funcionam serviços tutelados por este ministério, os serviços da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, que serão um apoio fundamental ao trabalho da equipa agora descentralizada.

Não há boas políticas públicas sem bons políticos. E um bom político é aquele que procura, no contexto de uma estratégia de médio e longo prazo, as medidas e as soluções mais adequadas para os problemas concretos, o que exige um grande conhecimento dos mesmos, das entidades e das organizações que devem ser envolvidas. Por isso acredito que fiz a escolha certa, em todas as dimensões.

Em última análise, o sucesso das nossas políticas não está só nos recursos financeiros, mas na forma como os mesmos são aplicados e no envolvimento e comprometimento de todos, num trabalho que tem de ser necessariamente feito em rede. Muitas vezes a interioridade é invocada para se solicitarem recursos para os territórios. Contudo, esse desígnio é depois esquecido na forma como os recursos são aplicados, duplicando iniciativas nos mesmos territórios ou trabalhando individualmente temáticas que necessitam de uma escala territorial mais ampla. Os desafios são multidisciplinares e multidimensionais e exigem trabalho em rede, partilha e compromisso coletivo. Dito de outra forma, o desígnio da coesão territorial exige uma outra forma de fazer política, envolvendo, comprometendo todos os que são relevantes para os desafios que se colocam e evitando multiplicação de iniciativas que fragmentam as competências e os ativos dos territórios que ficam ainda mais fragilizados. Alterar esta realidade tem de ser um objetivo nacional, mas é ainda mais urgente e importante que seja feito nos territórios mais frágeis.

É então com uma sede em Bragança e com uma ação direta por todo o país que vamos promover a coesão territorial. Porque acreditamos que, estando mais presentes no território, conseguiremos um país mais igual, para todos, de Norte a Sul, do Litoral ao Interior. Sem exceção.

A autora escreve segundo o novo Acordo Ortográfico
Ana Abrunhosa

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