Homenagem à Indústria da Seda (2004). Autoria: José Rodrigues |
As palavras do artista introduzem-nos de imediato ao significado da obra, a partir do tema proposto, “o Tear agora transformado em escultura que se projeta no espaço”. “Neste tear as cordas não são de lã, a nossa tecedeira com os dedos toca nos fios como se se tratasse de um instrumento musical, projetando assim no espaço a memória de uma profissão muito antiga, fundamental na economia trasmontana”.
Apresentando não uma, mas duas estruturas interligadas pelo significado, embora colocadas em planos distintos, o artista, através do tear e da sua teia de arames/fios que sugerem sons ritmados que nos conduzem ao trabalho da tecedeira, lembra-nos, de alguma forma, a tocadora de harpa e a melodia perdida no espaço e no tempo. A mensagem imagética que nos é transmitida remete-nos para um passado longínquo, mas que se quer próximo, onde a figura feminina, com as mãos no regaço e o olhar perdido no horizonte, nos faz desejar o regresso desse mundo perdido, onde o barulho da água e o som dos teares eram uma vivência real das gentes da região.
Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa
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