O município tem preparados investimentos de 25 milhões de euros em várias frentes, o mais significativo dos quais é o Museu da Língua Portuguesa que só agora vai entrar em obra, com atrasos como noutros projetos, que o autarca atribui à “situação empresarial, na construção, que não é necessariamente a melhor”.
“Tivemos situações e continuamos a ter em que lançamos vários procedimentos, alguns meia dúzia de vezes, e ainda não conseguimos ter as obras completamente adjudicadas”, afirmou.
O presidente da Câmara de Bragança deu o exemplo da ecopista que pretende construir no troço da antiga linha ferroviária do Tua.
“Temos uma candidatura aprovada no âmbito do programa Valorizar, já lançámos essa empreitada sete vezes, já fizemos a divisão por lotes e, neste momento, só conseguimos ainda adjudicar dois, os de valores mais baixos”, concretizou.
As consequências são, não apenas ao nível dos prazos, mas também nos preços, na medida em que o valor dos projetos dispara a cada concurso, sendo que no exemplo da ecopista o orçamento inicial de cerca de 400 mil euros já duplicou, como disse.
Esta situação provoca atrasos na execução de fundos comunitários devido a “alguma incapacidade do tecido empresarial em responder àquilo que são as exigências dos municípios e outras entidades no âmbito da concretização dos investimentos ligados ao Portugal 2020”.
“Nós temos sentido e a informação que nos tem chegado tem sido a dificuldade de recrutamento de pessoas e não estamos a falar apenas das empresas de Bragança, mas como de outros pontos do país”, afirmou.
O autarca considerou que esta realidade não tem a ver com a coincidência do ano de eleições autárquicas, mas com as “muitas obras que estão a decorrer, porque o Portugal 2020 está numa fase final e os projetos têm que ser concluídos”.
“E daí também esta avalanche de intervenções a serem produzidas pelos municípios que levam a que haja uma maior procura e uma seleção maior dos recursos humanos para conseguirem dar resposta às exigências”, acrescentou.
Hernâni Dias reiterou que “a grande dificuldade” que daqui resulta é que o município não consegue adjudicar algumas obras e “as que estão adjudicadas estão com sucessivos atrasos, por prorrogações de prazo, pela incapacidade de as próprias empresas conseguirem terminar nos prazos estabelecidos”.
Acresce ainda que há empresas a abandonarem as obras devido ao aumento dos preços de mercado dos materiais, para obrigar a novos concurso e reajustamento dos orçamentos.
Apesar das circunstâncias, o presidente da Câmara de Bragança acredita que até ao final do programa Portugal 2020, que estará em execução até ao final de 2022, o município conseguirá concretizar os projetos previstos.
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