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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 19 de junho de 2021

E OS NOSSOS VELHOS?

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Estava a tomar o pequeno-almoço, quando ouvi, na RR, dizer: " São centenas os doentes de alta clínica, nos hospitais, porque não têm para onde ir."
Uns, não conseguem lugar em lares e asilos; outros, não possuem recurso para pagar a estadia; e ainda outros, as famílias não os querem.
Admira-me que no século XXI, na Europa, os idosos ainda continuem a ser problema para a sociedade, e estorvos para a família.
Se outrora a lamentável situação, acontecia, geralmente aos pobres, agora a própria classe media, luta com dificuldade, para entrar num lar.
Quando falo de lares, estou a pensar em casas de acolhimento, de condições mínimas, e não " armazéns", onde os velhos são lançados, porque ninguém os quer.
Anos há, amigo meu, convidou-me para acompanha-lo a lar onde estava a sogra.
Entramos numa sala sombria, onde alquebradas mulheres, permaneciam sentadas, de mantinha sobre os joelhos, olhando vagamente a TV. No ar pairava enjoativo odor pestilento.
Umas dormitavam, de olhos semicerrados; outras cantavam dolentes canções, em suave sussurro; outras gemiam... Soltando suspirados ais... Saí horrorizado, a pensar o que nos aguarda, quando chegarem os achaques da velhice
Por que não se adapta, quartéis vazios, em lares decentes, onde haja privacidade, e amor ao ente humano?
Havia na minha cidade falta de alojamento para estudantes universitários: quartéis e casarões, transformaram se, num ápice, para os receberem decentemente.
Mas quem pensa nos pobres, na classe média, nos aposentados, que sobrevivem de pensões a degradarem-se e os preços a subirem?
Não admira que os jovens busquem ansiosamente moças, com bons empregos...Dois salários sempre é melhor que um. Mas quem tem que sustentar a família, só com uma pensão?
É natural, que muitos continuem a emigrarem, para garantirem velhice mais confortável.
Basta visitar as nossas aldeias para verificar que valeu a pena partirem, para receberem pensões, no final da vida, que lhes permita velhice desafogada.
Infelizmente nem todos têm sorte…

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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