segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Conselho Distrital da SEDES de Trás-os-Montes toma posse em Miranda do Douro

 A SEDES tem agora representação em Trás-os-Montes.


O mais recente Conselho Distrital da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, que tomou posse este sábado em Miranda do Douro, junta Bragança e Vila Real. O presidente da SEDES Trás-os-Montes, Óscar Afonso, entende que ter mais dimensão pode ser vantajoso para a discussão dos problemas da região.

“Convidaram-me para formar o núcleo de Bragança e, que juntamente com pessoas de Vila Real, achámos que fazia mais sentido alargar a escala a todo Trás-os-Montes, porque temos mais dimensão e somos mais, somos mais bem ouvidos. Umas vezes reuniremos em Miranda, outras em Bragança e outras em Vila Real, não temos uma sede física”, referiu.

Óscar Afonso, que integra o Movimento Cultural Terra de Miranda e é presidente da Assembleia Municipal de Miranda do Douro, entende que é urgente revitalizar a região e inverter o declínio demográfico.

“O MCTM já tem um plano estratégico, provavelmente vamos divulga-lo no seio da SEDES. Estávamos muito focalizados no território da Terra de Miranda, se calhar vamos alargá-lo a todo o Trás-os-Montes, vamos usar os vários canais para potenciar as nossas ideias, numa tentativa de revitalizar o território”,

Com mais de 50 anos, a SEDES é uma das mais antigas associações cívicas portuguesas e tem nos últimos anos criado representações em vários locais a nível nacional, sendo a de Trás-os-Montes a 11.ª, para ajudar a pensar o país, explica o presidente da associação, Álvaro Beleza.

“Portugal não é só Lisboa e agora a SEDES, finalmente, está em todo o país. A SEDES é, no fundo, uma associação de um conjunto de quadros académicos, intelectuais, empresários, políticos, que pensam o país, que se preocupam com Portugal de forma independente e está a reunir em cada distrito as suas elites, as lideranças são muito importantes. Temos de ter elites que pensem a sua região, a ideia é que esta SEDES pense Trás-os-Montes. Portugal é um todo, mas tem sido muito centralizado”, sublinha.

A SEDES defende uma reforma do sistema eleitoral, com a criação de círculos uninominais ou de um senado, para que os diferentes círculos eleitorais tenham representatividade semelhante. No entanto Álvaro Beleza entende que a regionalização não vai ser a panaceia que muitos acreditam.

“Haver poderes executivos ao nível regional faz sentido, o problema é que não chega, porque na decisão do Orçamento do Estado, aí só com alteração do sistema eleitoral ou havendo círculos uninominais ou deputados por círculos, se Bragança tiver 3 ou 4 deputados, se forem uninominais respondem perante os seus eleitores e não perante o chefe do partido, vão defender mais a sua terra do que os actuais deputados em listas. Ou então a criação do senado, em que os distritos mais pequenos tinham de ter por exemplo dois senadores e os maiores no máximo seis e aí o país estaria equilibrado, porque na altura da votação do orçamento e outras matérias teria de ter direito de veto”, sublinhou.

A SEDES tem vários observatórios que se dedicam discutir diferentes assuntos, como saúde, solidariedade social, justiça ou competitividade fiscal e passa agora contar com uma representação transmontana.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

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