Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Ainda estamos todos, tão próximos como no dia em que nos vestimos de novo, na alegria do estar e na surpresa da fotografia… para ficarmos para sempre.
A mãe, o pai e o meu Manuel já foram descansar, depois da longa viagem… mas ainda estamos todos… sempre!.
…meu pai tire o chapéu para o retrato!
… mãe ficas mais bonita sem o lenço … que fato tão lindo!... A Maria Teresa e a tia Isabel são boas costureiras!
Fica-te bem a gravata Serafim Calado… tu que gostavas tanto de atar ao pescoço o lenço tabaqueiro, pôr o chapéu, vestir a camisa de cotim e fazeres-te ao negócio… às vezes levavas o colete.
… só nos dias nomeados é que vestias o fato… e punhas a corrente de ouro, presa no colete, para ires à festa da Senhora das Graças de Carção…
… seis irmãos ainda… ainda somos seis irmãos… seremos sempre seis irmãos…
… e eu serei sempre o menino… junto da mãe e do pai… como no dia em que o tio Cândido alfaiate trouxe o casaco novo e as calças… um casaco como o dos meus irmãos…um casaco como o do meu pai… já sou grande!
… e sorria!
Penduro o quadro da família na parede… e todos são tão reais como o vento que assobia no descampado… enquanto o pisco canta na oliveira… chove no serro que se vestiu de ouro…
… vou acender o lume… para que todos regressem para o serão… e fiquem!
…há dias assim em que o serão fica mais longo!
… não chores!
A mãe, o pai e o meu Manuel já foram descansar, depois da longa viagem… mas ainda estamos todos… sempre!.
…meu pai tire o chapéu para o retrato!
… mãe ficas mais bonita sem o lenço … que fato tão lindo!... A Maria Teresa e a tia Isabel são boas costureiras!
Fica-te bem a gravata Serafim Calado… tu que gostavas tanto de atar ao pescoço o lenço tabaqueiro, pôr o chapéu, vestir a camisa de cotim e fazeres-te ao negócio… às vezes levavas o colete.
… só nos dias nomeados é que vestias o fato… e punhas a corrente de ouro, presa no colete, para ires à festa da Senhora das Graças de Carção…
… seis irmãos ainda… ainda somos seis irmãos… seremos sempre seis irmãos…
… e eu serei sempre o menino… junto da mãe e do pai… como no dia em que o tio Cândido alfaiate trouxe o casaco novo e as calças… um casaco como o dos meus irmãos…um casaco como o do meu pai… já sou grande!
… e sorria!
Penduro o quadro da família na parede… e todos são tão reais como o vento que assobia no descampado… enquanto o pisco canta na oliveira… chove no serro que se vestiu de ouro…
… vou acender o lume… para que todos regressem para o serão… e fiquem!
…há dias assim em que o serão fica mais longo!
… não chores!
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
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