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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Doentes estão a falhar tratamentos por falta de medicamentos nas farmácias de Bragança

 Há pessoas que já estão a falhar tratamentos porque não conseguem comprar o medicamento que precisam nas farmácias. A falta de fármacos está a tornar-se num grave problema para alguns doentes, nomeadamente os diabéticos


Fátima Afonso tem 52 anos e em Janeiro foi diagnosticada com diabetes. Ter qualidade de vida está dependente de um medicamento que regula do açúcar no sangue, o Ozempic. O problema é que este é o fármaco que mais falta nas farmácias. Há mais de um mês que não o consegue comprar e os sintomas começaram a surgir. Conseguiu um medicamento substituto, mas a eficácia não é a mesma. "Sentia muita vontade de comer doces, muita sede, cansaço extremo, ao final do dia, tonturas e comecei a ver mal. Cada vez que tomo o Ozempic a minha qualidade de vida é completamente diferente. Agora estou a tomar um medicamento substituto e é quase como que se não tomasse nada".

A necessidade por uma vida com qualidade fez Fátima Afonso recorrer a conhecidos de outras partes do país que de nada lhe valeram, porque a falta do medicamento é um problema nacional e até europeu. "Tenho uma amiga farmacêutica no Porto e liguei-lhe. Deu-me logo a informação de que não havia. Tentou entrar em contacto com alguns colegas mas não conseguiu. Depois tentei em Lisboa. Também tentei em Matosinhos, através de uma prima, mas também não consegui".

Da lista de doentes a aguardar pela compra do medicamento está Fernando Fomes. Tem diabetes há 8 anos. Toma Ozempic uma vez por semana, mas vai deixar de o conseguir fazer. Já só tem o medicamento para esta semana. Daqui para a frente é tudo uma incerteza e a preocupação é bastante. "Só tenho para mais uma semana. Este medicamento é muito bom, faz-me muito bem. Sinto uma diferença tremenda quando o tomo só que não o há e agora não sei como vai ser. Se não tomar o Ozempic tenho sede constante e cansaço. Os níveis de diabetes sobem e depois não tenho como os controlar".

Na farmácia Nova Central, em Bragança, os telefonemas são de várias partes do país, de pessoas que tentam de tudo para conseguir o medicamento que precisam, de acordo com a directora técnica, Micaela Pires. "São chamadas do Porto, de Coimbra, de Lisboa... tivemos uma senhora que disse que era a 33ª farmácia a tentar o medicamento. Há um bocado aquele sentimento de que como estamos no Interior e que somos meios mais pequenos de que pode haver em stock".

Além de insulinas, as farmácias registam ainda a falta de medicamentos para a tensão, colesterol, depressão e até antibióticos. Nestes casos, para já, ainda há substitutos.

A guerra na Ucrânia está a ter impacto na produção e comercialização de medicamentos, não só pela falta de substâncias, como também de alumínio e papel para a criação das embalagens.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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