João Martins, gerente de uma empresa vocacionada para projetos relacionados com o turismo da natureza, mencionou, à agência Lusa, que existem “imensas potencialidades turísticas no Parque Nacional do Douro Internacional”, principalmente pelo seu património cultural, natural e tradicional. Realça dizendo que “sendo o turismo uma das atividades que mais tem crescido, está mais do que fundamentado que pode ser aproveitado como uma alavanca para o desenvolvimento social e económico deste território do interior”.
As principais dificuldades para a implementação de projetos turísticos na área do Douro Internacional, apontadas pelo empresário, são os entraves que já “há muitos anos” foram colocados, é de referir, por exemplo, o encerramento da linha férrea do Sabor e o pouco investimento do poder central nesta área protegida.
“Que turismo queremos para o Parque Natural do Douro Internacional?”, é o nome da iniciativa que teve como intuito delinear a estratégia de turismo sustentável a implementar no território. A mesma juntou empresários e técnicos ambientais numa sessão que decorreu em Miranda do Douro e, que por sua vez, foi promovida pelo ICNF- Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, em parceria com as quatro autarquias da área do PNDI e empresas do setor turismo de natureza.
Xavier Sevilhano, empresário espanhol e também especialista em turismo ambiental, mencionou que “há uma crise ambiental a nível global” justificando que é “importante criar valor no território através da biodiversidade existente em cada uma das regiões”.
Em relação ao turismo de natureza, o empresário espanhol frisa que “pode contribuir para cuidar da natureza através da sua conservação” acrescentando que “tem de haver um turismo sustentável que envolva as populações locais através da educação ambiental e que permita um melhor conhecimento e mudar a perceção destes territórios”.
Sandra Sarmento, diretora regional do ICNF, referiu que o turismo de natureza é “uma oportunidade excelente para esta área protegida” acrescentando que “há áreas temáticas muito relevantes como a observação das aves, os percursos pedestres que atravessam todo este território e já estão homologados e que podem ser percorridos a pé ou de bicicleta”.
O PNDI abrange uma área de mais de 86 mil hectares de terreno e abarca a área em que o rio Douro constitui a fronteira entre Portugal e a vizinha Espanha. Inclui áreas dos municípios de Mogadouro, Miranda do Douro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira do Castelo Rodrigo.
O Douro Internacional é, também, uma área fundamental para a conservação da avifauna, sendo uma das zonas mais importantes no contexto nacional e mesmo ibérico para a nidificação das grandes aves rupícolas. É um território onde o destaque vai para a presença de bosques de zimbro, sobreirais e manchas de carvalho-negral, entre outras espécies de flora autóctone.
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