Na família Meireles há 60 anos, o restaurante Maria Rita continua a servir a mesma cozinha regional em Mirandela. Sopa seca, alheira ou bacalhau à Romeu são algumas das especialidades.
Maria Rita, Mirandela. (Fotografia de Rui Manuel Ferreira/GI) |
Integrado no projeto da Quinta do Romeu, o Maria Rita tem uma história que remonta ao século XIX. O nome remete para a antiga estalajadeira que deu abrigo a Clemente Menéres quando este lá chegou em 1874, vindo do Porto para comprar sobreiros.
“Cheguei à povoação do Romeu às 4 horas da tarde do dia 18 de maio de 1874. Procurei uma estalagem e encontrei a única que lá existia e que era da Sr.ª Maria Rita que, por sinal, nada tinha que nos dar de comer. Mandei então assar bacalhau, acompanhado de pão negro de centeio”, escreveu o próprio no seu diário.
A matriz tradicional da cozinha portuguesa é o pilar da casa. (Fotografias de Leonel de Castro/GI) |
O restaurante fica situado na aldeia de Romeu, em Mirandela. |
Após a morte da estalajadeira, a família Menéres adquiriu o espaço, que já estava em ruínas, e em 1966 reabriu-o como restaurante. “A carta mantém-se inalterada desde essa época, com o receituário do meu bisavô”, conta João Menéres, que tomou conta do negócio da família. Além da cortiça, que continua a fazer parte do negócio, a quinta é também conhecida pelo azeite – Romeu – e pelo vinho, do mesmo nome.
No restaurante, ambos vão à mesa, assim como grande parte da produção de hortícolas. O primeiro aparece em praticamente todos os pratos que levam azeite e também nas alheiras, produzidas no local e que nesta altura do ano se começam a servir, grelhadas na brasa. Outro clássico transmontano são as sopas secas, mas também há pratos de bacalhau, feijoca à transmontana ou posta mirandesa. Tudo para comer ao calor da lareira que por esta altura do ano aquece a casa.
A açorda de espargos é um dos destaques da carta. |
Há seis décadas que este restaurante é gerido pela mesma família. (Fotografia de Rui Manuel Ferreira/GI) |
Sopas secas: Várias carnes e fumados, tudo cozido com grão e rematado com fatias de pão, que fica ensopado no caldo. A mistura depois vai ao forno numa caçarola de barro, ficando o pão tostado.
Uma novidade da casa
Alheira: Com as primeiras geadas, a cozinha do Maria Rita começa a produzir as afamadas alheiras, como sempre as produziu. Por estes dias já começam a estar disponíveis.
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