Presente na cerimónia de apresentação do primeiro manual escolar para o ensino da língua mirandesa, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, felicitou todas as entidades e as pessoas envolvidas neste trabalho e expressou votos de que este manual seja o primeiro de outros.
Já o anfitrião do encontro, o diretor do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD), o professor António Santos, realçou que as escolas do concelho têm desempenhado um papel muito importante na preservação e ensino da língua mirandesa, em particular junto dos mais jovens.
“Antevejo que a elaboração dos manuais escolares vai ser muito útil no ensino do mirandês, para os cerca de 70% dos alunos, que frequentam esta disciplina, desde o pré-escolar até ao 12º ano”, disse.
No ano letivo 2022/23, dos 584 alunos do agrupamento de escolas de Miranda do Douro, 439 escolheram a disciplina de língua e cultura mirandesa para as suas atividades extracurriculares.
Por sua vez, o presidente da Associação da Língua e Cultura Mirandesa (ALCM), Alfredo Cameirão, indicou que os materiais didáticos são a maior necessidade para o ensino da língua mirandesa.
“O manual “Cachapin”, destinado aos 1º e 2º anos de escolaridade, é a primeira unidade didática que se elabora para o ensino”, disse.
Sobre este manual, o presidente da ALCM, indicou que o seu conteúdo aborda o texto narrativo e tem incorporados entre outros conteúdos, códigos de barras para aceder a conteúdos multimédia, como um ficheiro áudio (podcast) e um vídeo.
No decorrer da apresentação deste primeiro manual em mirandês, foi exibido o vídeo e escutado o áudio sobre a história “L lhobo que bieno de Spanha”. O referido vídeo contou com a colaboração de alguns dos alunos que frequentam a disciplina da Língua Mirandesa.
O manual “Cachapin” resulta de uma parceria entre os professores de língua mirandesa do AEMD, a Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM) e a Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM).
Segundo a CIM-TT, o estudo para a elaboração de recursos pedagógicos para o ensino da língua mirandesa está incluído no Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar das Terras de Trás-os-Montes (PIICIE-TTM), que lhe atribuiu uma dotação de 20 mil euros.
Para a CIM -TTM, agora é necessário dar continuidade ao projeto com o desenvolvimento de materiais associados ao ensino e aprendizagem da língua através da “elaboração de conteúdos digitais fundamentais para as boas práticas dos docentes”.
Recorde-se que o mirandês é uma língua oficial, em Portugal, desde 29 de janeiro de 1999, data em que foi publicada no Diário da República a lei que reconheceu oficialmente os direitos linguísticos da comunidade mirandesa.
Fonte: HA e Lusa
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