Carlos de Leon, Chefe de Companhia deste quartel, explica que em comparação com o seu país, Portugal leva muitos anos de avanço no que toca à preparação para acorrer a este tipo de situações. “Foi um processo de formação sobre as diferentes técnicas para controlar, identificar e ter o conhecimento básico, para podermos responder às emergências florestais que temos no nosso país, que são muitas.
Portugal está muitos anos à frente no combate aos incêndios florestais. Não é um trabalho de uma organização, mas sim de todo o país, somando a isso o compromisso que existe entre as várias organizações que se ajudam, em conjunto, solucionam situações que afetam todo o país”.
Na Guatemala, a maioria dos incêndios acontece em meio urbano e, por isso, não existem muitos meios para combater fogos em espaço rural, que são cada vez mais frequentes naquele país. Um investimento que em Portugal existe e que Carlos de Leon considera que também deveria ser feito no seu país. “Tivemos a oportunidade de trabalhar em incêndios, onde estiveram até 15 meios aéreos, 40 a 50 viaturas e 200 bombeiros. No nosso país não contamos com veículos florestais, os que utilizamos são urbanos e não se juntam, como acontece em Portugal.
É impressionante ver a mobilização dos recursos que existem em Portugal para extinguir os incêndios. No nosso país trabalhamos com ferramentas manuais e aqui há uma série de recursos.
No nosso país deveria investir-se em meios para combate e criar-se um compromisso entre as várias organizações de proteção civil para minimizar os incêndios”.
Este é o quarto ano que a corporação de Macedo de Cavaleiros recebe bombeiros daquele país. Apesar de o objetivo ser dar formação sobre o combate de incêndios rurais, tem sido uma troca de experiências para ambas as corporações, explica o 2º comandante dos Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros, Pedro Venceslau. “Nós estamos muito mais preparados e voltados para os incêndios rurais, assim como eles estão voltados para os incêndios urbanos. Começa a ser uma troca de experiências, eles aprendem connosco e nós temos adquirido alguma informação que eles trazem, embora os protocolos de aplicação, as ferramentas, os meios e os equipamentos sejam diferentes. Chamam e alertam-nos para questões interessantes.
Nos incêndios rurais nós temos muitos equipamentos desenvolvidos, enquanto que eles não. E é isso que eles procuram cá e nós tentamos dar a conhecer, para além da nossa região e aquilo de bom que fazemos aqui”.
O grupo já regressou a Guatemala. Fruto deste acolhimento, já dois operacionais daquele país se mudaram para Macedo de Cavaleiros, com a família, e agora integram a corporação da cidade.
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