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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

IPB ACOLHE MAIS 3500 ALUNOS PORTUGUESES E INTERNACIONAIS NESTE NOVO ANO LECTIVO

 Alunos dizem que preço das casas está “um bocado elevado” e admitem que é difícil para as famílias suportar todas as despesas universitárias


Margarida Ribeiro, Inês Ferreira e Leonor Marinho fazem parte da lista dos 3500 novos alunos que entraram este ano lectivo para o Instituto Politécnico de Bragança (IPB). “Acolhedora”, é assim que vêem a cidade e a instituição. Não foi a primeira opção de nenhuma das três alunas, mas todas se mostraram felizes por terem ficado colocadas em Bragança. “Surpreendeu-me pela positiva”, afirmou Margarida Ribeiro, acrescentando que está a conhecer “pessoas incríveis” e a fazer “novas amizades”. Quanto ao IPB, disse que é bastante próximo dos alunos e que os professores são “muito interactivos”. Entrou no curso de Educação Básica, porque gosta “muito de crianças”, assim como Leonor Marinho. A jovem diz que esta área a fascina e conhece até quem já tirou o mesmo curso no politécnico de Bragança e, por isso, tinha boas referências. Quanto a Bragança, apesar de ser uma cidade mais pequena do que aquela onde vive, Fafe, diz que isso até pode ser benéfico. “Eu também não queria ir para Lisboa. Candidatei-me para Porto porque era uma universidade, mas o facto da cidade ser muito grande e ter muito movimento fazia-me um bocadinho de confusão. Aqui é mais acolhedor, o que ajuda na integração”, disse, acrescentando que a capital nordestina tem “muitos estudantes”. Carina Alves Ângela Pais Já de Marco de Canaveses veio Inês Ferreira. A sua primeira opção era uma universidade, também transmontana, no entanto acabou colocada em Bragança. “Quando vi a minha colocação e vi que vinha para Bragança pensei que não ia para a minha primeira opção, mas quando cheguei aqui não fiquei arrependida, porque as pessoas são muito acolhedoras, deram-nos logo toda a informação que precisávamos”, contou. Embora esteja a estudar num politécnico, isso não é um problema. “Ser politécnico para mim não é importante, porque muita gente fala bem do ensino do Instituto Politécnico de Bragança, acho que não me vou arrepender. Tinha uma boa imagem do IPB, tive duas primas que andaram aqui e ambas me disseram nunca se arrependeram de andar aqui, têm aqui amigos para sempre”, disse. A jovem considera que estudar no IPB pode até ser uma mais-valia quando tentar entrar para o mercado de trabalho, uma vez que acredita que será “muito mais fácil para arranjar estágio”.

Alunos escolhem IPB pelo “prestígio”

Não há dúvidas de que o IPB faz mexer, sobretudo, as cidades de Bragança e de Mirandela, uma vez que a comunidade estudantil conta já com 10500 pessoas, trazendo vida e dinâmica a estes dois pontos do Interior Norte. Destes 10500 alunos, 36% são estrangeiros, vindos um pouco de todo o mundo, um terço dos restantes é dos distritos de Bragança e de Vila Real e os outros dois terços que restam dizem respeito a alunos que vêm de outros pontos do país, acima de tudo da região Norte. Mas, porquê o IPB? Segundo o presidente da instituição não restam incertezas: o prestígio da academia não deixa dúvidas na hora da decisão. “Os alunos, quando chegam à conclusão que têm que sair da sua residência habitual para frequentar o ensino superior, procuram as melhores instituições. Temos vindo a perceber que a maioria dos alunos procuram informação sobre os cursos, a sua qualidade e empregabilidade e quando fazem a opção pelo IPB fazem-no conscientes de que estão a escolher uma instituição com elevado prestígio. Esse é um factor cada vez mais evidente”, esclareceu Orlando Rodrigues, vincando que muitos dos estudantes, que se deslocam para Bragança, Mirandela ou qualquer outro ponto onde o instituto tem cursos, até acreditar que será uma deslocação para uma “cidade que não seja muito favorável”, mas rápido mudam de ideias porque quando se “instalam” percebem o “bom ambiente”. “Temos casos de alunos que foram colocados aqui na 1ª fase e na 2ª candidataram- -se a outra instituição e entraram e arrependeram-se, voltando ao IPB na 3ª fase.

“Nunca tinham entrado tantos alunos tão cedo”

Segundo o presidente da instituição, em termos de novos alunos, considerando os que foram colocados e os que estão em fase de finalização de matrículas, são 3500. Na 1ª fase de acesso ao ensino superior foram colocados 1166 alunos nesta academia. Na 2ª fase foram colocados mais 453. A estes estudantes juntam-se os alunos internacionais pré-colocados nos regimes especiais, os titulares de Cursos Técnicos Superiores Profissionais e os que ingressam no politécnico através de outros regimes. A 3ª fase, para a qual se deixaram cerca de 100 vagas, trará mais jovens ao IPB. Conforme esclareceu Orlando Rodrigues, os cursos estão “quase todos cheios” e este ano, contrariamente a outros, em que as etapas de colocação se prologavam durante muito tempo, está “quase tudo concluído”. Ou seja, nunca tinha havido tantos alunos a entrar tão cedo. No cálculo final, já houve anos em que foram colocados mais alunos, mas nunca tinham entrado tantos tão cedo. “Estamos a começar as aulas com quase todos os alunos matriculados. É um ano melhor sob este ponto de vista”, rematou o presidente do instituto, que, além dos alunos, conta com um universo de mais de mil pessoas, entre investigadores e trabalhadores docentes e não docentes.

Arranjar casa “não é muito fácil”

Arranjar casa em Bragança pode, por vezes, não ser tarefa fácil. Inês Ferreira aderiu a um dos grupos criados no Facebook, onde as pessoas divulgam a disponibilidade de alojamento, para tentar encontrar casa. Disse que ali viu “muita gente desesperada” para encontrar um quarto. “E há bastantes pessoas em arranjar casas devido aos preços. Eu acho que a minha renda é razoável, mas há muita gente que está a pagar preços absurdos e que provavelmente não vai conseguir suportar. Juntar a alimentação, com as propinas e com a renda não é todas as famílias que conseguem suportar essa despesa”, acrescentou. Já para Leonor Marinho foi mais fácil encontrar casa. No entanto, o difícil foi encontrar boas condições. Disse ter visto vários quartos no dia que veio fazer a matrícula, mas as condições não eram as melhores. “Durante o dia ainda fui ver mais algumas casas, mas não gostava muito das condições. Os quartos eram muito antigos, as paredes com humidade e preços um bocadinho elevados, rondam quase todos 200 euros”, disse, salientando que os preços podiam “não ser tão elevados”, mas tendo em conta o panorama das grandes cidades, acabam por não ser “assim tão maus”. Ainda assim, reconhece que para as famílias que não têm “tão bons rendimentos”, acaba por ser “complicado” suportar as despesas.

Alojamento a criar ainda não é suficiente

Em poucos anos, com tantos alunos, em Bragança e Mirandela, falando de alojamento, deixou de se conseguir dar uma resposta tão eficaz aos jovens estudantes. Perante a procura, não há camas suficientes, no que toca a residências universitárias. Este problema não é de hoje e desilude o presidente da instituição, que diz que o que há para oferecer “é muito pouco”. “Temos cerca de 350 camas, dedicadas exclusivamente a alunos bolseiros. Mesmo assim, o que temos é muito abaixo dos alunos que há nessas condições. Muitos deles recebem depois a bolsa de complemento de alojamento porque não tem lugar nas nossas residências”, esclareceu Orlando Rodrigues. Para colmatar esta falha, o IPB está, neste momento, a construir mais lugares em Bragança, Mirandela e Chaves. Em Bragança, são cerca de 200 camas, em Mirandela são 183 e em Chaves 120. “Estamos a ampliar essa disponibilidade mas é muito abaixo das nossas necessidades”, reconheceu Orlando Rodrigues, que disse que o desejável era ter mais capacidade de alojamento próprio. A residência de Bragança vai nascer junto ao campus do IPB, por cima das estufas. Em Mirandela vai ser construída uma residência junto à Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo e vai ser reabilitado um hotel onde será criada uma outra unidade. “Estamos neste momento à espera do visto do Tribunal de Contas para fazer a aquisição do hotel”, vincou Orlando Rodrigues. E uma vez que as residências não dão a resposta desejada e há cada vez mais alunos no IPB, a procura por alojamento tem sido, também, cada vez maior, sobretudo em Bragança. Tudo isto fez com que o preço dos quartos tenha subido, sendo que hoje em dia, frequentemente, o valor mensal da renda situa-se nos 180 euros, quando há meia dúzia de anos se situava nos 100. Vendo oportunidade de negócio, há também cada vez mais pessoas a colocar imóveis para arrendamento. Contudo, há muitos apartamentos que não reúnem as melhores condições. Ainda assim, são colocados no mercado pois para muitos alunos não restam grandes opções. Dado o cenário, o presidente da instituição diz que seria “importante” que a oferta por parte dos privados tivesse “mais qualidade”.

Escola de Saúde precisa-se!

No ano passado, por esta altura, na cerimónia de recepção aos novos alunos, Orlando Rodrigues esclareceu que o IPB podia crescer ainda mais, em termos de número de alunos, mas já não teria como pois não há espaço. Isto fica a dever-se ao facto de a Escola Superior de Saúde (ESSa) não conseguir acolher todos os alunos que nela estudam e, por consequência, estes têm que ter aulas noutros edifícios, acabando por também ir enchendo esses espaços. Dado o cenário, espera- -se que a Escola Superior de Saúde possa avançar em breve. Numa fase inicial terá que ser com fundos próprios. “Estamos, neste momento, a lançar o projecto de execução da escola, que será adjudicado muito brevemente. Logo que tenhamos o processo passaremos à construção do edifício”, explicou Orlando Rodrigues, que disse que a escola a ser criada será construída junto ao campus. Para já, como forma de colmatar algumas falhas nesta escola, onde estudam dois mil alunos, serão colocadas, junto ao actual edifício da ESSa, algumas salas pré-fabricadas, ampliando as instalações.

Jornalista: Carina Alves/Ângela Pais

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