Faz todo o sentido que a gestão do sistema de abastecimento de água e saneamento, da baixa e da alta, nos nove municípios que integram a CIM das Terras de Trás-os-Montes, “deve ser entregue à Resíduos do Nordeste”.
A afirmação é do presidente do Município de Bragança, atual presidente da administração daquela empresa intermunicipal responsável pela gestão do sistema de tratamentos de resíduos sólidos urbanos no distrito de Bragança e no concelho de Vila Nova de Foz Coa.
Recorde-se que esta reivindicação já surgiu, em 2018. As autarquias do distrito e as respetivas assembleias municipais até já aprovaram a mudança de estatutos da Resíduos do Nordeste para permitir que a empresa intermunicipal possa ser a responsável pela gestão da água. Mas o processo parou, devido à pandemia. Hernâni Dias diz agora que o assunto está a ser alvo de novos estudos. “Foi constituída uma equipa de trabalho da parte da Resíduos do Nordeste e também do Ministério do Ambiente e da Ação Climática para trabalhar este processo especificamente. Estão a ser feitos estudos e estamos a aguardar para que, numa fase posterior, seja possível tomar as decisões necessárias”, revela o presidente da RN.
“Temos vindo a reclamar e a reivindicar que efetivamente nós possamos ser os gestores do sistema de abastecimento de água, quer em alta, quer em baixa, porque é importante realçar este aspeto. Nós não queremos passar a gerir a baixa. Nós queremos gerir a alta e a baixa. E por isso já estivemos reunidos algumas vezes também com o senhor Ministro no sentido de podermos criar aqui um sistema que nos permita exatamente fazer esta gestão”, acrescenta o autarca de Bragança.
Falta ainda calcular o valor que seria preciso pagar às Águas do Norte para a transferência de todas as infraestruturas. Ainda assim, Hernâni Dias não tem dúvidas de que a melhor solução é mesmo a verticalização do sistema, gestão da baixa e da alta, através da Resíduos do Nordeste. “Nós entendemos que temos capacidade para poder fazer esse trabalho. Seguramente, faremos melhor do que aqueles que estão a uma distância maior do território e nessa medida queremos contribuir para que o sistema de água no nosso território, nunca, mas nunca tenha a possibilidade de vir a ser privatizado”, ressalva.
Declarações do presidente da administração da Resíduos do Nordeste, à margem do Seminário sobre o PERSU 2030 Desafios Futuros para o Setor dos Resíduos em Portugal, promovido, em Mirandela, pela Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais e pela Resíduos do Nordeste.
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