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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 30 de abril de 2024

Mirandelenses preocupados com a falta de qualidade do ar que se respira na cidade

 Muito fumo e cheiro intenso a óleo e baga de azeitona é frequente nas manhãs. Duas unidades de extração de óleo de bagaço de azeitona nas áreas limítrofes da cidade apontadas como causadoras desta poluição


Nos últimos tempos, com muita regularidade, Mirandela tem acordado com uma neblina espessa que raramente se dissipa totalmente e um cheiro muito intenso a óleo e baga de azeitona, alegadamente proveniente de duas unidades industriais de extração de óleo de bagaço de azeitona. Uma em Latadas, freguesia de Frechas, em Mirandela, e outra em Leirós, na confluência entre Eixes e Rio Torto já no concelho de Valpaços.

Têm sido várias as fotografias partilhadas nas redes sociais e têm subido de tom as críticas ao desconforto provocado pela alegada poluição do ar em Mirandela

É o caso de José Beça. “Nas caminhadas que faço logo pela manhã, o cheiro a óleos e a baga de azeite e uma nuvem de fumo paira no ar da cidade”, conta este empresário que diz ser uma situação recorrente. “Desde outubro, novembro, quando começam a laborar os lagares, até ao Verão é regular e há alturas em que o cheiro é mais intenso e acho que não é isto que queremos para a qualidade do ar que respiramos na nossa cidade, e para quem procura o bem-estar da família não está a encontrar”, lamenta José Beça que já publicou uma série de fotografias na rede social a ilustrar a situação. “Fiz isso para alertar as entidades, porque, pelo que sei, já houve várias denúncias e ninguém tem feito nada, não passa só pela câmara e pela junta de freguesia, passa por outras entidades, mas acho que se todos juntos fizéssemos denúncia da situação era melhor, se bem que existem algumas linhas de apoio SOS que não atendem o telefone”, denuncia.

Também Nélson Vaz, que regularmente se desloca para Vila Flor, por razões profissionais, relata vários casos de intensa neblina que provoca visibilidade nua aos condutores. “Já me deparei com nevoeiro muito cerrado, fora do normal, e reparei que era resultante do fumo que saía da fábrica em que a visibilidade na estrada era zero, não se via um palmo à frente”, conta.

Nélson lembra que já ouviu relatos de acidentes devido a este tipo de situações, mas na variante de Valpaços, pelo que receia que um dia possa acontecer alguma tragédia também na zona de Latadas. “Possivelmente irá dar fruto a que existam acidentes”, alerta este mirandelense, confirmando que “quase todos os dias há fumos a sair e um cheiro anormal que chega à nossa cidade, principalmente pela manhã”, diz.

Também o presidente da concelhia de Mirandela do PSD já tornou pública a sua preocupação com este assunto, durante o programa “POLITICAMENTE FALANDO” na Terra Quente FM. “É um forte odor que se faz sentir na cidade que, efetivamente, causa incómodo, não faz bem, não dá uma boa imagem da cidade e é uma situação que se tem repetido anos a fio e deve haver algumas formas de mitigar este cheiro que provem das fábricas a funciona perto da cidade e há que fazer alguma coisa”, refere Nuno Magalhães.

Também os três vereadores da oposição na Câmara Municipal de Mirandela - Duarte Travanca, Francisco Clemente e Nélia Pinheiro – têm levado o assunto a várias reuniões do executivo, a última das quais aconteceu na reunião de 21 de março (tal como consta da ata da referida reunião) pedindo uma intervenção para efetuar uma medição da qualidade do ar para se conhecer o real impacto provocado.

Entretanto, já esta manhã, na reunião da Assembleia Municipal, o assunto foi suscitado pelo deputado municipal do PS, Mário Vilarinho, ao que a presidente da câmara lembrou que “já é uma problema que existe há muitos anos, mas que se tem agravado, porque a área do olival tem aumentado o que faz com estas fábricas tenham mais horas de laboração, mas são fundamentais para que se produza azeite”, acrescentou Júlia Rodrigues.

Quanto ao papel do Município sobre o caso, a autarca revelou que, por iniciativa do executivo, já houve uma reunião, no dia 23 de abril, a entidade competente nesta área é a CCDRN, e estamos a aguardar o relatório”, ressalvado que “nós só temos uma fábrica no nosso concelho, a outra é do concelho de Valpaços, mas evidentemente que os prejuízos têm sido para nós”, afirmou.

Foi a resposta da presidente da câmara de Mirandela, esta manhã, durante o período antes da ordem do dia da sessão da assembleia municipal.

Escrito por Terra Quente (CIR)
Foto: Terra Quente

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