Fica junto à estação rodoviária e custou um milhão e quatrocentos mil euros. Aquele passeio foi, noutros tempos, a ponte do comboio.
Uma obra erguida num sítio bastante simbólico, sendo que o presidente da câmara, Paulo Xavier, espera que a ferrovia regresse a Bragança e que ligue a cidade a Espanha. “Esta obra tem duas grandes linhas simbólicas, a primeira é a vontade, a determinação, a resiliência, que une os brigantinos em prol de um futuro mais próspero e mais desenvolvido, a segunda linha é que foi aqui que passava a linha do comboio, que nos foi retirada e, para se cumprir Abril, Bragança tem que ter a alta velocidade”, vincou.
Além da inauguração do Passeio da Liberdade foi também inaugurado o Centro de Convívio de Alimonde. A reabilitação e ampliação da antiga escola primária custou cerca de 200 mil euros.
É uma obra que muita falta faz à aldeia e às localidades vizinhas, assumiu o presidente da União de Freguesias de Castrelos e Carrazedo, Luís Gonçalves. “Qualquer cidadão da união das freguesias que necessite deste espaço nós temos disponibilidade para o ceder. Acho que é um espaço bom para reunir a população para os convívios que fazem”, referiu.
As celebrações começaram bem cedo, na Praça da Sé, com a recriação do percurso realizado, há 50 anos, na primeira manifestação popular de apoio ao MFA, que iniciou e terminou na Praça da Sé e que teve o seu ponto alto na escadaria do antigo BC3, que actualmente é a entrada dos Órgãos da Autarquia.
Júlio Carvalho, que naquela altura tinha 33 anos, foi um dos organizadores desta manifestação e recorda que a revolução era muito ansiada pelo povo. “Como aconteceu foi quase espontâneo, embora nós tivéssemos já organizados e apelámos a todas as forças de Bragança para que participassem nesta manifestação de apoio condicional ao movimento militar que se tinha verificado no dia 25 de Abril. A adesão foi muito grande. Nós reuníamos com alguma clandestinidade e já participávamos na revolução, ouvíamos a rádio Argel, que nos punha a par da situação do país, liamos os livros proibidos pelo Governo”, contou.
Além da recriação do percurso realizado, há 50 anos, na primeira manifestação popular de apoio ao MFA, da inauguração do Passeio da Liberdade e do centro de convívio em Alimonde, houve ainda a habitual sessão evocativa, bem como uma tarde de música na Praça da Sé, com artistas e cantores locais.
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