Vão continuar a ser implementadas medidas para combater o desperdício de água em Macedo de Cavaleiros, que chegou a liderar a lista dos concelhos que mais água perdiam.
A taxa de desperdício chegou a ser de 80%, neste momento é de 50% e o objectivo é chegar-se aos 40%, a média nacional. O ideal era substituir toda a rede de abastecimento, empreitada que custaria cerca de 5 milhões de euros. Como não é possível fazê-lo de forma breve e porque não há esse dinheiro para a obra, o presidente da câmara, Benjamim Rodrigues diz que a câmara se vai candidatar a mais linhas de financiamento, de forma a implementar outras medidas.
“Existem linhas de investimento e candidaturas no próximo 2030 que nos vai permitir continuar a fazer investimento. Nós avançamos com custos nossos. O Fundo Ambiental também prevê investimento nestas áreas. Agora, é sempre pouco. Portanto, nós fizemos investimentos que andarão na ordem de um milhão e meio numa primeira fase um milhão e meio numa segunda fase, mas de facto para termos uma rede devidamente assegurada tínhamos que fazer um investimento na ordem dos 4 milhões e meio, portanto ainda estamos longe de conseguir o óptimo. Gradualmente nós vamos conseguir implementar estas medidas”, explicou.
Declarações de Benjamim Rodrigues, ontem, no Encontro de Telemetria Residencial. Macedo foi a cidade escolhida para esta iniciativa por ser considerado um bom exemplo, já que, em pouco mais de seis anos, reduziu em 30% as perdas de água, com contadores ultrassónicos, com sistema telemétrico, que já foram instalados na cidade. Agora chegarão às aldeias.
“Tivemos que tomar medidas e optamos realmente por estes sistemas inteligentes e digitais que nos permitem fazer, através dos contadores inteligentes, uma monitorização ao segundo, quase, em que nós podemos detectar todo o tipo de fugas, mesmo em propriedades privadas, conseguindo, desta forma, proporcionar um serviço premium aos clientes. Nós temos quase que uma central de comando devidamente monitorizada, o alerta desperta e nós alertamos o munícipe”, referiu.
Quanto à substituição da rede de abastecimento, é um processo demorado, pelo trabalho que envolve e porque não há, para já, financiamento para a obra. Ainda assim, a câmara está a fazer já alguns trabalhos.
“A nossa prioridade neste momento é a telemetria. Depois, renovar toda a rede de abastecimento. Isso aí é onde nós também temos uma perda de água constante. Estamos a falar de uma rede de mais de 400 quilómetros, que tem mais de 30 anos. Muitas das condutas são até em fibra ou cimento. Há rupturas constantes, porque há uma sobrecarga muito grande.O nosso concelho tem uma distância, de uma ponta a outra, de 70 quilómetros. Não é só a parte inteligente e digital que conta. Nós estamos a fazer também, simultâneo, essa substituição. Só que não conseguimos fazer mais do que 3, 4 freguesias por ano”, rematou o autarca.
O desperdício de água em Macedo caiu 30% graças à instalação de 4 300 contadores de água ultrassónicos e dotados de sistema telemétrico, ou seja, medem em tempo real o consumo doméstico e detectam anomalias no fluxo de fornecimento.
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