A vespa asiática destruiu 25% do efetivo das colmeias da região, no ano passado. Esta espécie alimenta-se de abelhas e de outros insetos polinizadores, colocando em causa o ambiente, mas também a economia, já que afeta a produção de mel. Este é um dos problemas da apicultura, segundo Manuel Gonçalves, presidente da Associação Apicultores do Parque Natural de Montesinho. “A perda de 25% de todas as colmeias já é um impacto enorme. O custo de produção acresce cerca de 15% porque é preciso fazer um acompanhamento mais assíduo na época em que elas vão às colmeias. Cada ninho de vespa pode fazer mil ninhos, mil fundadoras. Mesmo que morram 900, ainda ficam 100. Ou seja, cada ninho que conseguiu sobreviver faz mais 100. O aumento é sempre muito”.
Durante o Inverno as rainhas fundadoras hibernam e é no Verão que têm a sua máxima atividade, atacando em massa as colmeias.
Embora não se consiga eliminar todas as vespas asiáticas, devido à sua rápida reprodução, os apicultores estão a tentar controlar a praga com a criação de armadilhas. “O principal é fazer armadilhas de caça às fundadoras, não deixar que se façam ninhos ou que se deixem crescer”.
No concelho de Vinhais o número de ninhos destruídos tem vindo a crescer de ano para ano. Em 2024, o município destruiu mais de 400. Por isso, a câmara municipal decidiu colocar mais 100 armadilhas, que se juntam as 170 já instaladas, adianta o autarca Luís Fernandes. “Infelizmente, pelos dados que temos, têm vindo a aumentar e também até em lugares mais inusitados, muito perto das habitações, em locais que podem ser perigosos para a própria população. Não aparecem só em terrenos agrícolas ou em determinadas áreas mais desabitadas. Estas 100 armadilhas irão ser colocadas em todo o concelho, mas sobretudo nas áreas em que se detetaram mais casos”.
Tendo em conta os custos associados à destruição dos ninhos, o presidente do município de Vinhais reclama apoios.
As 100 armadilhas vão ser instaladas nas localidades onde foram destruídos mais ninhos. O município identificou 12 freguesias com o maior número de casos, Vinhais, Candedo, Sobreiró de Baixo, Vale de Janeiro, Rebordelo, Vale das Fontes, Ervedosa, Agrochão, Edrosa, Vilar dos Peregrinos, Nunes e Ousilhão.
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