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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

25 de abril de 74: uma data que não sai da memória de quem a viveu

 51 anos de revolução. 51 anos de liberdade. 51 anos de 25 de abril. Amanhã comemora-se o fim da ditadura em Portugal e o início da democracia. O brigantino Raul Tomé lembra-se bem das mudanças que surgiram


Tinha 17 anos. Estudava e vivia no Seminário de Bragança. Naquela altura a opressão e a agressividade dos professores levaram-no a protestar. Era já uma voz contra o sistema. “Juntámo-nos, um grupo de colegas, e escrevemos nas capas ‘revolução’. Fomos para a cerca do seminário a tirar fotografias e a gritar. Provavelmente, nem sabíamos bem o que estávamos a fazer. O que é engraçado é que um mês depois se deu a revolução”.

Estava numa aula quando através do rádio de um amigo soube da revolução. “Quando se deu a revolução estava numa aula de inglês e havia um colega que tinha um rádio, pequenino, a pilhas, e começou a dizer ‘há revolução, há revolução’. Não me lembro bem mas acho que saímos todos da sala e fomos para a rua gritar”.

A partir dali, tudo mudou. Era o início da liberdade. “Passámos para o secundário, passámos para uma casa própria, com um padre novo, que veio de Lisboa, era responsável por nós. Foi totalmente diferente. Havia muita mais liberdade. Podíamos entrar e sair e passámos a ter aulas também no liceu e a conviver com outros colegas”.

Depois da revolução dos cravos, também em Bragança não faltaram manifestações e até atos mais violentos dos quais se recorda bem. “Lembro-me de queimarem as sedes do PCP. Alguns professores do liceu que eram conotados com a esquerda foram corridos da escola… nos intervalos das aulas havia sempre manifestações”.

Mas chegou assim ao fim a ditadura em Portugal e instalou-se a democracia. E para Raul Tomé, uma coisa é certa. “É a melhor coisa que temos. Não podemos comparar uma democracia a uma ditadura. Podermos dizer o que pensamos é uma maravilha”.

Amanhã comemora-se o 25 de abril, o dia em que a liberdade floresceu em cravos vermelhos.

O 25 de abril pelos olhos de Raul Tomé que tem agora 68 anos. Foi professor de Português em Bragança, estando já reformado.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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