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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

OS FIDALGOS - FREIXIEL

 1º FREI MIGUEL PAIS DE MENESES, fidalgo da Casa Real, comendador de Santa Maria Madalena, da vila de Freixiel, concelho de Vila Flor, apresentou, a 18 de Maio de 1805, como pároco na igreja de Freixiel a Frei Manuel Bernardo de Magalhães e Sousa, ao tempo vigário de Candoso, autor do Livro Genealógico. (Ver adiante a descrição deste livro.)
2º JOÃO DE MORAIS MIRANDA, capitão-mor de Freixiel, filho do doutor Frutuoso Tomaz de Miranda, natural de Bretiande, e de D. Ana de Morais.
Casou em Freixiel, concelho de Vila Flor, com D. Isabel de Morais Pinto, sua segunda prima.
Descendência:
3º JOÃO DE MORAIS CARDOSO, cavaleiro do hábito de Cristo, capitão-mor de Freixiel, que casou com D. Paula Teixeira de Sampaio, de Moncorvo.
Descendência:
4º TOMÉ DE MORAIS CARDOSO, capitão-mor de Freixiel (256).
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(256) SOUSA, Manuel Bernardo de Magalhães e, Padre Frei – Livro Genealógico, tomo I, fol. 211.
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Descrição bibliográfica do «Livro Genealógico» do Padre Frei Manuel Bernardo de Magalhães e Sousa, vigário de Candoso

Este códice, que se encontra em Freixiel em poder da família Aragão, representante do antigo fidalgo Justiniano de Morais Madureira Lobo, consta de dois tomos de papel fólio, não pautado, encadernados num só volume, com capa de carneira, onde se lê:

«Livro Genealógico
Primeiro e Segundo Tomos
Ano 1804»

O primeiro tomo consta de 273 fólios numerados de frente, com tinta vermelha, e o segundo contém 270 fólios, também numerados de frente, mas com tinta preta.
O frontispício, onde vem o título do códice, a maior parte dos dísticos dos capítulos, muitos nomes próprios dos títulos, os números que distinguem os diversos membros dos ramos genealógicos, etc., estão escritos com tinta vermelha.
As letras de alguns nomes próprios têm ornamentos feitos com tinta amarela e pontuados a vermelho. O restante está escrito com tinta preta.
O fólio 176 do primeiro tomo está escrito com caligrafia diferente, de que não conheço o autor.
Os fólios 177 e 178 são autógrafos de Manuel de Morais Magalhães Borges, autor das Notabilidades antigas e modernas da vila de Anciães, transcritas no primeiro tomo deste códice, desde o fólio 251, até ao 272, como se vê da nota final, que vem no fólio 178 v. que diz:

«Toda esta ascendencia paterna que fica declarada sam das pessoas mais calificadas que ouve nesta Villa e termo e desta comarca de Sellores e mui conhecidos neste Reyno pellos Sampayos Pereyras Sylvas Mesquitas Magalhães Moraes Souzas Pintos Carvalhos Seixas, e lhes pertencem seos appellidos e os mais que ficam declarados segundo vi no dito Diogo Gomes de Figueiredo na livraria dos Ill.mos Marquez de Alegrete, e do Conde de Tarouca, e em hum livro de Arvores de costado, na livraria de S. Domingos de Lisboa; e por hum livro genealogico em caza de Leopoldo Henrique Botelho de Magalhães da Torre de Moncorvo composto por Matheus de Saa da mesma Villa e por livros da Camera desta Villa de Anciaens, e de notas, e outros authenticos Documentos dignos de toda a fee e credo. E por isso assim o decia... Anciaens, e Mayo de 1756. Manoel de Moraes Magalhães Borges».

Os fólios 176, 177 e 178 foram apensos ao códice e encardenados juntamente com ele. Além disso, no fim do segundo tomo encontra-se-lhe anexado um documento, em caligrafia diferente, já muito deteriorado, que tem por título: «Verdadeira desendência dos Pereiras e Sampayos de Anciaens tirada de hum Instrumento antigo que estava no cartorio que servio Bartolomeu de Souza, o qual Instrumento foi feito e reconhecido pelo Rey (sic) deste Reyno no anno de 1610 aos 5 de Fevereiro do dito anno, e em suma constava o seguinte». Note-se, porém, que este Instrumento vem copiado no fólio 167 e seguintes do primeiro tomo.

FÓLIOS QUE FALTAM NO CÓDICE – Além de outros que porventura nos escapassem, demos pela falta dos seguintes fólios:
No primeiro tomo os fólios – 18 a 25 inclusive, 30 a 34, 120, 145 e 180.
No segundo tomo os fólios – 57, 58, 169, 170, 172, 182, 183, 229 a 233, inclusive, e 244 a 247, inclusive.

AUTOR DO LIVRO GENEALÓGICO – Pelos fólios 28, 169 v. e 272, do primeiro tomo e fólios 24 v., e 25 v. do segundo, vê-se: que o autor do Livro Genealógico é o padre Frei Manuel Bernardo de Magalhães e Sousa, vigário de Candoso, concelho de Ansiães; que já vivia, ou era vigário de Candoso, em 1788 e que foi em Candoso que escreveu o Livro.
O padre Frei Manuel Bernardo de Magalhães e Sousa, vigário de Candoso, nasceu em Carvalho de Egas, concelho de Ansiães, a 8 de Abril de 1755. Tinha dois irmãos: Padre Frei Martinho José de Magalhães e Sousa, vigário de Barcel, antigo encomendado do Mogo de Malta e de Candoso, e Francisco José de Magalhães e Sousa, vigário de Carvalho de Egas.
Em 1788 residiam todos nas vigarias atrás indicadas.
Eram filhos legítimos de Manuel Caetano de Magalhães e Sousa, natural de Carvalho de Egas, ajudante das Ordenanças no antigo concelho de Vilarinho da Castanheira, hoje pertencente ao de Carrazeda de Ansiães, e de D.Mariana de Almendra, natural de Carvalho de Egas (Livro Genealógico, tomo primeiro, fólio 28, tomo segundo, fólios 24 v. e 25 v.
Serviu-se Frei Manuel Bernardo de Magalhães e Sousa de várias memórias manuscritas de famílias e de genealogistas para organizar o seu Livro Genealógico. Assim, no tomo primeiro, fólio 67 v., na «Advertência do que veio á minha mão por acaso. Ramo de Suçaens», transcreve uma notícia genealógica de João António Vaz Teixeira Boto, datada de Vale de Figueira a 20 de Fevereiro de 1789. Quem seria este genealogista, que vivia em Vale de Figueira em Fevereiro de 1789?
No fólio 192 e seguintes, transcreve a ascendência de Gonçalo Manuel de Magalhães Teixeira Dá Mesquita, de Marzagão, escrita pelo próprio que vivia em Marzagão em 1791 e que devia ter casado no princípio do ano de 1801, pois ainda neste ano lhe nasceu um filho.
No fólio 203 v., transcreve a «Addição, e declaração as Advertencia, e descendencia (sic) das familias de Pintos, e Moraes de Freixiel, pela pouca clareza com que se descrevem neste Libro de Lembrança, por meu Irmão Doutor Antonio de Souza Pinto, Reitor de Marzagão».
O mesmo se vê ainda dos fólios 218 e 227.
O título de Frei que o padre Manuel Bernardo de Magalhães e Sousa usava, não indica que ele fosse frade, segundo o significado que hoje damos a esta palavra, mas sim que era pároco numa igreja pertencente a comenda de ordens militares, que por isso costumavam tomar o título de Frei.

ÉPOCA EM QUE FOI ESCRITO – Apesar de no frontispício mencionar o ano de 1804, dos fólios 78, 148 v. e 272 do primeiro tomo, e 173 v., do segundo, vê-se que o Livro se continuava escrevendo nos anos de 1802, 1803 e 1809.
Além disso, teve acréscimos posteriores, ainda em 1818, como se vê no fólio 81 do primeiro tomo.
É interessante o Livro Genealógico porque, em geral, trata de famílias plebeias, coisa rara em genealogistas, e ainda porque mostra como já então a bastardia, o adultério e os filhos sacrílegos de padres abundavam e como os pastores e criados se «intendiam» com as amas, tanto plebeias como fidalgas, apesar das penas severas cominadas nas Ordenações do Reino.

FAMÍLIAS DE QUE TRATA O CÓDICE:

Tavares Vilas Boas, de Tralhariz.
Trigo e Trigo de Magalhães, dos Pereiros.
Silvas, Sampaios, de Linhares.
Borges, dos Pereiros.
Almendra, de Carvalho de Egas, de Santa Comba da Vilariça e de Samões.
Botelho, de Candoso.
Magalhães e Sousa, de Assares.
Morais Pinto, de Assares.
Magalhães e Castro, da Eucísia.
Sá, de Vale Benfeito.
Madureira Machuca e Morais Madureira Machura, de Vila Flor.
Lobão Telo e Silva, de Carvalho de Egas.
Morais Pinto (João de), morgado de Roios.
Machado, de Samões.
Almendra, de Samões.
Almeida Crespo e Sobral Vassalo, de Freixiel.
Costa, de Candoso.
Queijo, de Mourão e Vale Torno.
Morais Pinto e Sampaio, de Linhares.
Morais, de Tralhariz e Selores.
Sil, de Vila Flor.

MEMÓRIAS ARQUOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

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