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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 27 de abril de 2025

Roteiro Parque Natural de Montesinho

 No Nordeste Transmontano, bem coladinho a Espanha, esconde-se um dos santuários naturais mais apaixonantes de Portugal. Estamos a falar do ondulante Parque Natural de Montesinho, uma excelsa mancha verde às portas de Bragança e Vinhais, onde o tempo passa devagar, a natureza impera e as tradições persistem.


Para ajudar a partir à descoberta deste paraíso natural das Terras Frias Transmontanas, desenhámos um roteiro de 2 e 3 dias para visitar o Parque Natural de Montesinho, com os nossos lugares favoritos e muitas dicas práticas, para que desfrute ao máximo da sua escapadinha na natureza.


Quando afirmamos que o Parque Natural de Montesinho é um dos recantos mais selvagens e inexplorados de Portugal, não estamos a exagerar. Não é por mero acaso que uma parte significativa da fauna terrestre portuguesa chama o Parque Natural de Montesinho de “lar”. Entre eles destaca-se o Lobo Ibérico e o Veado Vermelho, que aqui encontram um refúgio.


Em setembro e outubro é simplesmente fascinante (e arrepiante) ouvir a Brama do Veado, um dos chamamentos de acasalamento mais singulares do planeta. Montesinho é tão bonito que até recentemente (2019) um Urso Pardo da Cantábria por lá andou a fazer umas férias. Quem sabe, na próxima, não traz uma amiga e assenta arraiais por Portugal.


Na paleta de verdes que decora as montanhas do Parque Natural de Montesinho, dominam os reboredos de carvalho, sobrais e soutos de castanheiro (muito castanheiro, ou não fosse o concelho de Bragança o maior produtor de castanha de Portugal).


As oportunidades de trilhos são virtualmente infinitas e surpreendentes. E não faltam idílicas cascatas e praias fluviais para uns refrescantes banhos depois das caminhadas. Se caminhar não é muito a sua praia, pode sempre embarcar numa aventura de exploração do parque em 4×4. Há razões e alternativas de sobra para desfrutar do templo natural que é o Parque Natural de Montesinho. Marque encontro com uma natureza pura, intocada e selvagem!

Onde fica o Parque Natural de Montesinho?

O Parque Natural de Montesinho tem uma dimensão de sensivelmente 75 mil hectares e fica situado na Terra Fria Transmontana, mesmo no extremo nordeste de Portugal, fazendo fronteira com as comunidades espanholas da Galiza e de Castela-Leão. Abrange territórios de 2 municípios, nomeadamente Bragança e Vinhais.

A título de curiosidade, saiba que no interior do Parque Natural de Montesinho existem mais de 90 aldeias e que o ponto mais alto do parque é na Serra do Montesinho, cujo pico tem 1486 metros de altitude.

Quando visitar o Parque Natural de Montesinho?

Rio Sabor – Aldeia de França

A melhor época do ano para visitar o Parque Natural de Montesinho depende muito dos seus interesses. Na gíria popular transmontana é comummente utilizada a expressão “nove meses de inverno e três de inferno” para caracterizar o clima das Terras Frias e dos planaltos transmontanos nos quais se insere o Parque Natural de Montesinho. É verdade que a região tem fama (e proveito) de invernos frios prolongados e verões curtos e quentes.

Rio de Onor – Visitar Parque Natural de Montesinho

Contudo, contrariando um pouco o provérbio, no final da primavera e início do outono as temperaturas são por norma mais amenas, tornando-as nas estações ideais para quem, como nós, adora fazer caminhadas na natureza.

Na primavera, a chuva e o degelo enchem rios, ribeiros e riachos que correm selvagens. Somos brindados com os montes ondulantes pintados de tons florais dos matos de esteva, giesta e urze. Campos agrícolas e lameiros, soutos, azinhais e carvalhais completam o mosaico de verdes intensos.

Outono no Parque Natural de Montesinho

O outono traz a frescura ansiada dos quentes dias de verão, que aqui podem ser inclementes. A paisagem reveste-se de tons quentes outonais: o restolho pinta os campos rurais de ouro, a terra lavrada faz uma paleta completa de tons avermelhados, os amieiros traçam linhas amarelas ao longo dos cursos de água, laranjas, marrons e bordeaux dominam as vinhas e vestem carvalhos, chovem folhas douradas… Permeados pelos dois verdes intensos distintos dos castanheiros, em extensões de soutos a perder de vista: o verde escuro da folhagem e o verde claro dos ouriços das castanhas. Com a queda da folha, a natureza “tece” fofos tapetes de folhagem multicolorida, onde até apetece rebolar.

Em setembro e outubro tem ainda o bónus de poder assistir ao espetáculo singular que é a Brama dos Veados (chamada de acasalamento). Com alguma sorte, é possível ouvir uma dezena de machos da população de veados vermelhos do Parque Natural do Montesinho bramir, alto e bom som, para atrair as fêmeas.


Se visitar o Parque Natural de Montesinho no inverno, não se livra do frio, mas com um bocadinho de sorte até apanha dias limpos ou neve nas terras altas. Para mais, é precisamente no inverno que ocorrem as Festas dos Rapazes. Desde o dia de Santo Estevão ao Dia de Reis não há parança nas aldeias do Parque Natural de Montesinho. Afinal, os Caretos não saem à rua só no Carnaval. Cada aldeia tem as suas tradições ancestrais para celebrar o solstício de inverno, cuja origem já se perdeu na memória, mas cruzam os ritos solsticiais Celtas, costumes Zoelas, juvenálias e calendas romanas.

Anabela e Alexandre

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