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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

São Martinho de Angueira: Iniciou-se a apanha da castanha

 Na aldeia de São Martinho de Angueira, pertencente ao concelho de Miranda do Douro, a chegada da chuva coincidiu com o início da apanha da castanha, num ano em que os agricultores locais preveem que haja uma acentuada redução na quantidade e no calibre da castanha, devido à seca prolongada durante os meses de verão.


Na aldeia de São Martinho de Angueira, o agricultor, José Fernandes, começou a apanhar as castanhas da variedade “espanhola”, que diz amadurecerem mais rápido e só mais tarde apanha as castanhas da variedade “longal”.

“Ao longo de cinco meses não choveu o que prejudicou o desenvolvimento das castanhas nos ouriços. Diz a sabedoria popular que se não chover em agosto, não há magusto! Todos os anos, apanho cerca de 1000 quilos de castanhas, mas este ano prevejo apanhar apenas 200 quilos”, indicou.

O produtor de castanhas, afirma que com as alterações climáticas, os castanheiros são muito sensíveis ao calor e secam-se com muita frequência.

Questionado sobre o modo como comercializa a colheita de castanha, José Fernandes, respondeu que é vendida a intermediários, o que nem sempre traz o devido lucro para os produtores.

“Estou convencido de que os agricultores são os que menos ganham na cadeia comercial. Habitualmente, os intermediários ou revendedores começam a pagar 0,80€/quilo de castanha, depois pode subir para 1€, 1,20€, 1,50€ e no máximo atinge os 2€/quilo”, disse.

Sobre a pertinência de organizar uma feira da castanha, em São Martinho de Angueira, José Fernandes, adiantou que seria uma mais-valia para dar visibilidade ao produto âncora da localidade e escoar a produção a um preço mais justo.

Outro agricultor de São Martinho de Angueira, o jovem Ilídio Fernandes, proprietário de 24 hectares de castanheiros corroborou da opinião que a colheita de castanha deve ser mais reduzida e o calibre da castanha também é inferior, devido à falta de chuva nos meses de verão.

“Sim, a seca prolongada durante os meses de verão, em que não choveu nada, prejudicou bastante o desenvolvimento das castanhas e o resultado é uma acentuada quebra na produção e o menor calibre da castanha”, disse.

Nos soutos de castanheiros, Ilídio Fernandes, colhe várias variedades de castanha, como são a longal, que indica é a predominante e a mais tardia, devendo começar a cair em meados de novembro. Outras variedades de castanha existentes em São Martinho de Angueira são a martaínha, um fruto resistente; a castanha espanhola, que tem um bom calibre; e a castanha judia, considerada a mais saborosa.

“É importante ter esta variedade de castanhas, para assegurar que num ano agrícola haja alguma produção. Em 2024, apanhámos 14 mil quilos de castanha, mas este ano, prevejo uma colheita menor”, antevê o agricultor.

Dada a grande extensão dos soutos de castanheiros, Ilídio Fernandes, já recorre à apanha mecanizada da castanha, embora isso só aconteça numa fase avançada da colheita.

“Inicialmente, a apanha é manual pois há poucos ouriços no chão. Só posteriormente, quando há uma grande quantidade de ouriços e castanhas no chão, é que utilizamos a apanha mecânica”, indicou.

Após a apanha da castanha, Ilídio Fernandes, indicou que comercializa a sua produção para vários destinos, como Bragança e o Porto.

Relativamente ao trabalho realizado ao longo do ano nos soutos de castanheiros, o jovem agricultor de São Martinho de Angueira, explicou que a seguir à colheita, dedica-se à replantação dos castanheiros que secaram.

“Todos os anos, nos soutos há uma elevada percentagem de árvores mortas por causa de doenças, que há que substituir. Após a replantação, segue-se no mês de março, o tratamento dos castanheiros para combater o cancro das árvores. Em abril, começam-se as podas e as enxertias dos castanheiros novos. Em junho, faz-se a capinagem da erva nos solos ou as lavras. Em julho, com o calor há que regar os castanheiros novos para evitar que sequem”, descreveu.

Nesta altura do ano, aquand da colheita da castanha sucedem-se várias feiras e eventos dedicados a este produto. Também o jovem agricultor, Ilídio Fernandes, expressou o desejo de ver um certame dedicado à castanha em São Martinho de Angueira.

“Uma feira temática dedicada à castanha seria uma mais-valia para São Martinho de Angueira, onde a castanha é um produto muito importante para a economia da aldeia e para o concelho de Miranda do Douro”, concluiu.

HA

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