Em paralelo decorre a acção “Azeitona segura”, com patrulhamento de proximidade, nas explorações agrícolas de todo o país, para evitar os furtos do produto.
A GNR está a fiscalizar os lagares de azeite, numa operação nacional que visa verificar o cumprimento das normas de funcionamento, desde o licenciamento ao tratamento dos resíduos resultantes do processo de transformação das azeitonas.
A operação “Lagareiro” é realizada pelo Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) e arrancou a 18 de Novembro, prolongando-se até 15 de Janeiro.
Em Vila Real, onde a apanha da azeitona está atrasada devido à geada, a campanha só agora começou e vai contemplar os 20 lagares espalhados pela região.
Eduardo Lima, chefe do SEPNA de Vila Real, explica à Renascença que o objectivo é verificar a regularidade do licenciamento dos lagares e averiguar sobre os resíduos que são produzidos - “Quantidades e o respectivo encaminhamento, se estão a ser devidamente encaminhados e tratados”, acrescenta.
Numa dessas acções de fiscalização, os militares visitaram a Cooperativa dos Olivicultores de Murça e o Lagar de Noura, aldeia nas proximidades de Murça.
“A nossa grande preocupação são as águas residuais e o bagaço, dado o grau de acidez que têm para os solos, são bastante prejudiciais”, refere o Cabo José Pinto.
Este é o motivo pelo qual os militares, antes de entrarem nas instalações para pedirem a documentação referente aos licenciamentos, fazem uma visita ao exterior, “para verificar se há derrame de óleos e para onde são encaminhadas as águas residuais”. Só depois entram nas instalações, analisam a documentação e verificam balanças e outros equipamentos.
Para Rui Dias, presidente da cooperativa dos olivicultores de Murça, as fiscalizações da GNR “são bem-vindas”, salientando que a unidade industrial “cumpre todas as normas e até vai além do que é exigido”.
O dirigente da cooperativa refere-se à implementação do sistema HAACP e ao aproveitamento de resíduos, como o bagaço, para a produção de biomassa.
“A inspecção vem, vai, volta e nós continuamos sem ter qualquer tipo de problemas”, frisa Rui Dias.
Já na aldeia de Noura, Eduarda Almeida, proprietária um lagar mais pequeno, destaca a simpatia dos militares e saúda a iniciativa da fiscalização. “É bom para toda a gente. É muito importante. Nós já cumprimos a lei, mas pode ser que ainda tenham mais algumas sugestões a fazer porque ninguém sabe tudo”, refere.
No lagar de Eduarda Almeida os resíduos, bagaço de azeitona, caroços, folhas e águas ruças, são armazenados para posteriormente serem vendidos.
O Cabo José Pinto salienta que nos últimos anos se tem verificado uma “transformação brutal, um maior cuidado ambiental”, o que se justifica também pela “repressão das coimas”, que “são muito pesadas”.
Em simultâneo com a operação “Lagares de Azeite”, decorre a acção “Azeitona Segura”, em que a GNR reforça o patrulhamento de proximidade nas explorações agrícolas de todo o país, no sentido de precaver o roubo do fruto.
No distrito de Vila Real não há histórico de furtos de azeitona, atesta o capitão Eduardo Lima, frisando que o objectivo da acção é “evitar que eles possam acontecer”.
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