A Santa Casa da Misericórdia de Bragança inaugura, na sexta-feira, a maior Unidade de Cuidados Continuados (UCC) do Nordeste Transmontano, com 40 camas, que vai começar a receber utentes a partir de 08 de setembro.
Esta será nona unidade do género da região e a primeira a abrir na capital de distrito, onde até agora não existia resposta para quem continua a necessitar de cuidados depois da alta hospitalar.
"Os doentes estavam a ser colocados a centenas de quilómetros da família", observou à Lusa Eleutério Alves, provedor da Santa Casa da Misericórdia que passa a assegurar esta nova valência, com um investimento de 3,5 milhões de euros.
Os acordos de cooperação com o Estado, através dos quais a Segurança Social vai comparticipar parte das despesas dos utentes, serão assinados, na sexta-feira, com a presença do secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Agostinho Branquinho.
A unidade começará a funcionar e a receber os primeiros utentes no dia 08 de setembro, mas em moldes mais modestos do que o projeto inicial, ficando pelas 15 camas para cuidados intermédias (até 90 dias) e 25 camas para longa duração.
O equipamento tem mais 32 camas disponíveis que ficam de fora dos acordos de cooperação com o Estado.
O provedor adiantou à Lusa que esta capacidade garantirá que, em caso de necessidade, no futuro possam ser disponibilizadas evitando a construção de novos equipamentos.
Enquanto não houver acordos com o Estado para estas camas, a Misericórdia de Bragança está a estudar a possibilidade "de disponibilizar alguns espaços para resposta a necessidades pontuais dos cidadãos".
As condições de financiamento e o menor número de câmaras obrigaram também, segundo o provedor, a reajustar o número de postos de trabalho que inicialmente apontava para 60 e ficou na meia centena.
Eleutério Alves sublinhou, contudo, "a importância" do emprego criada na atual conjuntura e na economia local.
A Santa Casa da Misericórdia de Bragança é dos maiores empregadores da região, assegurando atualmente cerca de 300 postos de trabalho nas diferentes valências com mil utentes por dia.
A rede de cuidados continuados do distrito de Bragança já tinha sido reforçada com a abertura, em agosto, da unidade de Mirandela, que será oficialmente inaugurada, na sexta-feira, pelo secretário de Estado.
Esta unidade pertence à Misericórdia de Mirandela e disponibiliza dez camas destinadas a doentes que necessitem de cuidados de média duração e reabilitação e 20 camas para longa duração e manutenção.
O equipamento instalado no hospital privado "Terra Quente" esteve mais de um ano à espera dos acordos de cooperação com o Estado, que contemplaram também um número inferior à capacidade existente.
O Nordeste Transmontano dispõe ainda de unidades integradas na rede nacional de cuidados continuados em Vimioso, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro, Vila Flor, Miranda do Douro e Macedo de Cavaleiros.
Entre os 12 concelhos do distrito de Bragança apenas os de Vinhais, Alfândega da Fé e Carrazeda de Ansiães não dispõem desta valência.
Os doentes são referenciados a nível hospitalar para qualquer unidade da rede nacional, conforme as vagas existentes.
HFI // JGJ
Lusa/fim
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