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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

“Um povo precisa da cultura para sobreviver”

Fabrice Bastiana é o presidente da Associação Cultural para o Estudo e Investigação da Terra Transmontana (ACEITTA), que se tem dedicado a promover as tradições e actividades culturais em Mogadouro.
Fabrice Bastiana é o presidente da Associação Cultural para o Estudo e Investigação da Terra Transmontana (ACEITTA), que se tem dedicado a promover as tradições e actividades culturais em Mogadouro. O projecto surgiu para diversificar a vertente cultural na vila.
Jornal Nordeste (JN) - Porque sentiram necessidade de criar a associação ACEITTA em Mogadouro?
Fabrice Bastiana (FB) - De alguma maneira, a parte cultural da vila estava um bocado parada e havia mais de uma pessoa interessada em fazer um projecto que abraçasse a cultura. A ideia veio de um vazio que havia nessa área e o associativismo é uma maneira de conseguir chegar lá. Em 2010, começámos com o teatro, com espectáculos de palco e pequenos apontamentos, como leituras encenadas, contos e poesia. Passados dois ou três anos, surgiu a oportunidade para começar a trabalhar o património cultural, e aí foi tentar pegar na nossa cultura regional e pô-la ao serviço das pessoas, no sentido do lazer, mas também no sentido da aprendizagem e do conhecimento daquilo que nós somos, enquanto mogadourenses.
JN - O foco da vossa associação é a cultura tradicional. Porque é que se interessaram por essa área?
FB - Acaba por ser uma matéria-prima que temos e podemos explorar. A cultura tradicional é um recurso endógeno e procuramos, também, um projecto sustentado, com aquilo que nós temos. A nossa ideia é pegar nos pilares da nossa cultura tradicional e, não só recriar aquilo que aconteceu no passado, mas tentar trazer-lhe uma dinâmica para as necessidades que sentimos actualmente, nessa área.
JN - Parece-vos que Trás-os-Montes tem sabido valorizar a sua herança cultural?
FB - Tem conseguido, temos bastantes exemplos nos concelhos vizinhos. Todos eles conseguiram promover-se com algum produto transmontano ou característica da sua região. A nossa ideia foi projectar o conjunto dessas características que fazem parte da região no seu todo, não só um produto específico, mas aquilo que no imaginário poderá ser uma terra transmontana. E essa ideia vai sempre ao encontro da cultura tradicional, que é aquele produto de que se pode dizer: realmente, existe qualquer coisa que veio dos nossos antepassados. Há outro pormenor, é que está a haver uma ruptura na passagem desta herança cultural, das gerações que a produziram para as actuais, e já nem toda a informação está a chegar. E, claro, um povo precisa da cultura para sobreviver nos tempos, projectar o presente e o futuro. Estando a haver uma ruptura, corremos o risco de entrar numa crise cultural e ficar com um sítio vazio e sem alma. O nosso intuito é tentar inverter essa tendência. Claro que isto é um projecto que não pode trazer uma mais-valia um dia ou um mês depois, é um projecto no longo prazo. A resultar, ele tem de demorar anos a ser implementado. Não são coisas, a maior parte delas, palpáveis, são conceitos abstractos para o território.

in:jornalnordeste.com

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