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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 2 de novembro de 2014

Memórias da pesca tradicional no rio Douro

A pesca tradicional no rio Douro foi desde sempre um complemento económico de vital importância para algumas das famílias que habitavam a zona ribeirinha. O barco em madeira era o apetrecho indispensável a esta actividade, sendo usado para a pesca e também como o único meio de transporte que permitia a comunicação entre as várias comunidades que habitavam as margens do rio.(VIDEO)

Este barco, ou barca, também assim muitas vezes designado, precisava de destro manuseamento, sendo impelido por dois remos movidos pela força braçal de um homem (remador) que em pé, em frente à proa, orientava cirurgicamente a embarcação por entre os inúmeros obstáculos, assoreamentos e rápidos que integravam o leito do rio Douro antes deste ser represado pelas barragens. 

A proliferação destes barcos de passagem era uma constante ao longo do curso fluvial, uma vez que eram eles, dado o reduzido número de pontes, que permitiam a ligação entre margens. 

A pesca surgia neste contexto como um complemento económico com alguma rentabilidade. O barqueiro, além de atravessar pessoas e bens entre quintas e lugares, também era habitual dedicar-se à pesca. 

Ao cair da noite as redes eram lançadas no rio, em lugares estratégicos e previamente seleccionados, para depois, no romper da madrugada, serem recolhidas. Logo pelo início da manhã, e muito antes do meio-dia, o peixe era distribuído pelas redondezas, constituindo o suplemento de pescado que iria ser consumido frito ou em modo de escabeche pelas famílias de camponeses que habitavam as povoações que polarizam ambas as margens. 

Ainda hoje assim é. O já reduzidíssimo número de pescadores que pratica o lançamento das redes em embarcações tradicionais no rio Douro continua a vender o seu peixe entre a já escassa população dos aglomerados locais, mas o mais habitual é encontrarmos alguns restaurantes que o confeccionam e o comercializam frito, estaladiço e condimentado com muito piripiri; ou então envinagrado, mergulhado num molho saborosíssimo, onde abunda a cebola cortada às rodelas. 

As imagens deste vídeo foram recolhidas no concelho de Carrazeda de Ansiães e constituem um dos testemunhos ainda existentes desta antiga actividade. O vídeo foi produzido para estar disponível no sistema multimédia do Museu da Memória Rural de Vilarinho da Castanheira, onde pode ser visualizado em alta qualidade e em ecrãs de grande dimensão, constituindo um complemento visual produzido no âmbito do discurso museográfico que foi elaborado para este ofício tradicional. No fundo, este vídeo é uma intenção. A intenção de fazer um registo que nada mais pretende do que tentar perpetuar no tempo as memórias de um tempo de que quase já não há memória.

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