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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O orgulho da única aldeia portuguesa com uma Basílica

A elevação da igreja-santuário do Santo Cristo de Outeiro, no concelho de Bragança, à categoria de Basílica “salvaguarda a memória, a identidade e os valores históricos” e é “um novo impulso no ardor missionário e pastoral", diz o bispo de Bragança-Miranda.
Outeiro, no concelho de Bragança, é a única aldeia do país com uma basílica. 

A celebração da concessão solene do título de Basílica Menor teve lugar este sábado e foi presidida pelo bispo da diocese, D. José Cordeiro. 

O título foi concedido pela Santa Sé “para estabelecer um vínculo maior com a Igreja Universal e com o Papa” e para que o templo se possa tornar “num centro de irradiação da espiritualidade do coração de Deus para o nordeste transmontano e para todos quantos tenham o privilégio de a visitar”, refere D. José Cordeiro à Renascença. 

Na homília, o bispo da diocese afirmou que “no esplendor” da Basílica do Santo Cristo de Outeiro se encontra “o sentido da cruz pascal de Cristo” e que as pinturas bíblicas, patrísticas e hagiográficas da “tão singular sacristia” são “verdadeira escola da Bíblia e da santidade”. 

O bispo de Bragança-Miranda refere que este acontecimento é para a diocese “um novo impulso no ardor missionário, no ardor pastoral e no sentido espiritual do povo que peregrina”. 

D. José Cordeiro refere ainda que a Diocese quer fazer com que “o turismo seja um lugar de evangelização” e dar um “contributo positivo para a promoção da dignidade da pessoa humana e para o desenvolvimento”, já que, citando o beato Paulo VI, “o desenvolvimento é novo nome da paz”, conclui. 

“Basílica” é o título concedido pela Santa Sé a algumas igrejas pela sua antiguidade ou por serem centros de peregrinações. Em Portugal existem oito Basílicas, todas situadas em cidades, sendo a de Outeiro a única numa aldeia. 

Orgulho e vaidade 
Os habitantes de Outeiro dizem-se orgulhosos do seu património e acreditam que a nova basílica pode ajudar a incrementar o turismo na região e constituir-se num factor de desenvolvimento. 

Francisco Cavaleiro vive o dia de festa com grande alegria e manifesta-se “orgulhoso e vaidoso”, porque, refere este habitante de Outeiro de 72 anos, “não há um monumento como este” e “é um verdadeiro cartão-de-visita”, que “vai trazer muita gente de fora”, vaticina. 

“É espectacular. É uma vaidade e uma grandiosidade para a aldeia e para o concelho termos uma Basílica”, acrescenta Lucas Silveira, também de 72 anos. 

César Garrido, presidente da Junta de Freguesia de Outeiro, afirma que a Basílica de Santo Cristo “retrata bem o valor da história e do património e o papel que o concelho de Outeiro representou”. 

O autarca tem esperança que, sendo Outeiro a única aldeia do país a ter uma Basílica, possa “atrair gente e algum investimento”. “A aldeia vai passar a ser muito mais divulgada e a nossa terra vai passar a ser mais visitada. Oxalá tudo isto sirva de motor de desenvolvimento”, conclui. 

Monumento único na região 
Construída no século XVII e monumento nacional desde 1927, a Basílica Menor de Santo Cristo de Outeiro, distingue-se pela simetria e equilíbrio de proporções e é um dos imóveis com maior valor arquitectónico do distrito. 

A fachada principal é rasgada por um magnífico portal geminado, encimado por uma grande rosácea e flanqueada por duas torres sineiras com remate piramidal. No interior, de gosto barroco, sobressaem os altares de talha policromada e dourada. 

“É um templo único”, afirma o Director Regional de Cultura do Norte, António Ponte. “Tanto do ponto de vista da arquitectura como do ponto de vista da decoração, é um templo de excepcional qualidade”, refere à Renascença. 

REPORTAGEM ECCLESIA
As pinturas da singular sacristia
da Basílica de Outeiro (1768) do brilhante artista
Damião Vallisoletti ou Bustamante
estarão em destaque, esta semana,
no programa "Ecclesia" da RTP2.
As paredes da sacristia estão cobertas com cerca de 90 imagens emolduradas que representam cenas bíblicas com a vida de Cristo, uma “autêntica escola bíblica”, segundo o bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro. A sacristia é uma obra de arte da autoria do pintor espanhol setecentista Bustamante. 

A elevação desta igreja à categoria de basílica é, no entender de António Ponte: “Fundamental do ponto de vista da salvaguarda da memória, da identidade e dos valores históricos” e “muito importante na criação de valor”. 

“Valor para que Outeiro e Bragança tenham mais um motivo de atracção, tenham mais um factor que fomente a visita de pessoas de todo o país à freguesia e ao concelho, para verem não só Santo Cristo de Outeiro, mas também todo o outro património e que este possa ser o motor de dinamização de vida económica e social”. 

O interior da Basílica de Santo Cristo de Outeiro está a sofrer obras de conservação e restauro, orçadas em mais de 400 mil euros, e que deverão estar concluídas até ao final do ano. 

O milagre 
De acordo com a tradição e algumas gravações em pedra que se encontram na Basílica de Santo Cristo de Outeiro, no dia 26 de Abril de 1698, numa capela de Outeiro, o Santo Cristo suou sangue. “Este milagre conheceu rápida divulgação e muita devoção e ainda nesse ano foi lançada a primeira pedra para a construção do santuário”, explica o bispo diocesano. 

A igreja foi aberta ao culto em 1713, no dia 3 de Maio. Contudo o templo só foi concluído em 1739. Mas, nessa altura, já se tinha tornado um importante local de peregrinação. No ano passado, aquando dos 300 anos da dedicação do santuário, o templo recebeu uma bênção apostólica, enviada pelo Papa Francisco ao reitor e peregrinos do Santuário.

in:rr.sapo.pt

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