Por ano, há cerca de 120 crianças a sofrer de maus-tratos no concelho macedense.
Número avançados ontem pela presidente da CPCJ de Macedo de Cavaleiros, Nazaré Fontenete, num seminário inserido nas atividades que assinalaram o mês da prevenção dos maus-tratos na infância.
“Eu creio que logo que haja uma criança que sofra de maus-tratos, seja preocupante só por si.
Infelizmente, nós temos um número muito superior a esse, digamos que anda na ordem dos 115/120 por ano.
Estes são casos de maus-tratos de várias ordens como alguns que tive oportunidade de ter aqui na sessão de abertura e, infelizmente, existem mais do que aqueles que gostaríamos que existissem.”
E a escola, muitas vezes, pode ser usada como um instrumento de conflito, que acaba por afetar a criança, como explica Ricardo Simões, da Associação Portuguesa Para a Igualdade Parental e Direito dos Filhos.
“Há várias situações em concreto, desde a questão de privilegiar a figura do encarregado de educação, fazer a delegação do ato de vida corrente, ou seja, indicar uma terceira pessoa para ir buscar a criança à escola, impedir de entrar nas reuniões de pais, mães e encarregados de educação, impedir de ter acesso ao processo do aluno.
Se toda essa situação de prestar informações, garantir que o progenitor impedido de conviver com a criança possa, eventualmente, ter contacto com ela em ambiente escolar e, aí, depende de cada escola. Permitir que vá às reuniões de pais, mães e encarregados de educação e, à partida, a escola deixa de ser um instrumento de aumento de conflito.”
As atividades decorreram ao longo de todo o mês, e tiveram como objetivo sensibilizar toda a comunidade escolar.
E os mais novos parecem agora conhecer o significado do laço azul, que acompanha as iniciativas de prevenção.
“Houve uma avó que se revoltou porque os netos sofriam de maus tratos na escola e chegavam a casa todos pisados e cheios de negras.” – explicou-nos uma das crianças, com 9 anos.
Na passada semana, os alunos fizeram um laço azul humano, também para assinalar a causa.
Ontem, no culminar nas atividades de prevenção dos maus-tratos na infância, houve uma caminhada pelas ruas da cidade, onde se fez um minuto de silêncio e se largaram balões em homenagens a todas as vítimas.
Escrito por ONDA LIVRE
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