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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Aldeias desertas de Trás-os-Montes podem dinamizar turismo

Algumas aldeias transmontanas desertificadas reúnem condições para dinamizar um novo conceito turístico, capaz de impedir que se transformem em meros vestígios arqueológicos. A ideia é defendida pelo arqueólogo Luís Pereira.
A região transmontana contabiliza alguns casos de aldeias completamente despovoadas, sendo Benrezes, no concelho de Macedo de Cavaleiros, um dos exemplos mais emblemáticos. Esta aldeia "fantasma", a meia dúzia de quilómetros da cidade de Macedo de Cavaleiros, está completamente abandonada e em ruínas. A sua história é feita de lendas de maldições que terão dizimado a população, mas a versão mais plausível para este abandono terá sido uma epidemia. Essa é, pelo menos, a opinião do arqueólogo Luís Pereira, da extensão de Trás-os-Montes do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico. A maior parte da população terá sido afectada e aqueles que escaparam fugiram da aldeia para a vizinha povoação de Vale da Porca. Para trás, as pessoas deixaram, há já várias décadas, as casas e os equipamentos colectivos, agora em ruínas.

O arqueólogo qualifica Benrezes como "uma jóia", acreditando que das ruínas das casas e ruas em pedra poderia erguer-se um novo conceito turístico na região, que já é aplicado em outros países. Os adeptos da natureza no seu estado mais puro teriam aqui a oportunidade de desfrutar de um cenário bucólico, onde não se avista sequer um poste de electricidade. Os campos em volta estão lavrados e, de vez em quando, é possível avistar um rebanho por entre os tons da natureza, junto ao rio Azibo.

É numa das margens do rio que se encontra o mais importante e vistoso núcleo da aldeia, com um moinho em pedra "altamente sofisticado para a época", dispondo de três mós a trabalhar em simultâneo, num processo totalmente tradicional. Os balcões típicos das aldeias transmontanas, com as escadas de acesso à porta principal, ou as tradicionais manjedouras para os animais no andar inferior das casas são algumas das características presentes.

Com a revitalização da aldeia, esta ambiência campestre podia ser aproveitada para fins turísticos, na opinião do arqueólogo Luís Pereira. Para este técnico, outras aldeias podiam dar origem a projectos idênticos, com outras temáticas ou com a recriação de épocas históricas relevantes na região.

Sobre este assunto, Júlio Meirinhos, o presidente da Comissão Regional de Turismo do Nordeste Transmontano, disse: "avancem com projectos e o Turismo apoiará". Na sua opinião, não compete à instituição que dirige tomar a iniciativa, mas sim estar disponível para ser parceira e apoiar e encaminhar eventuais projectos para candidaturas adequadas.

Esta opinião é partilhada pela autarquia de Macedo de Cavaleiros, apesar de fonte da Câmara ter reconhecido que "é muito difícil avançar com qualquer projecto". Em-bora abandonados, os terrenos e as ruínas de Benrezes são propriedade privada parti-lhada por vários herdeiros, o que dificulta um eventual processo de negociação.

De qualquer forma, o arqueólogo Luís Pereira não encara a situação actual como "preocupante" e até acredita que, para além de poder receber os projectos turísticos que defende, a região transmontana tem condi-ções naturais para inverter a situação. Francisco Cepeda, investigador e professor catedrático de Bragança, diz mesmo que "há já uma aproximação das populações para as zonas com estas características: sem poluição ambiental, sem stress".

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