"É uma dança que ainda hoje une muitos povos da Europa e muitas culturas", desde a Grécia, a França ou a Escócia, segundo um trabalho realizado por um grupo de alunos do Agrupamento de escolas de Miranda do Douro que ganhou como prémio uma visita à sede da União Europeia, Bruxelas, entre terça e quinta-feira.
Com eles vão também alunos da Escola Profissional Prática Universal (EPPU) de Bragança, que, com o trabalho "Unidos na Diversidade", ganharam também o Prémio Escola na Europa promovido há quatro anos pelo Eurodeputado José Manuel Fernandes para aproximar os jovens das instituições e europeias.
Num vídeo de 20 minutos, os alunos de Miranda do Douro, orientados por Duarte Martins, professor de Mirandês, a segunda língua oficial de Portugal, focam-se nos pauliteiros, emblemas da cultura mirandesa, e descobrem uma identidade partilhada com outros povos europeus.
Quem for a Miranda ver os pauliteiros assiste a um espetáculo de homens de saias, meias de lã, camisa branca e colete, chapéus coloridos, que dançam cada um com dois paus a bater alinhados com os pares.
São acompanhados pela gaita-de-foles, o bombo, a caixa. Há quem diga que a origem é uma dança guerreira deixada pelos gregos e romanos, outros dizem que têm a ver com rituais de fertilidade agrária.
Mesmo ao lado, em Zamora, na Catalunha ou no País Basco, em Espanha, os mesmos rituais dos paus, mas com rapazes e raparigas a dançarem em conjunto, também acompanhados por tocadores.
Em França há também a dança dos paus com homens e mulheres, eles vestidos com calças negras e elas com saia vermelha.
Na Escócia, os paus são comuns, mas os dançadores usam apenas um e vestem-se de negro com a cara tisnada, chapéus de plumas, "como se de um bando de corvos se tratasse".
Os alunos de Miranda descobriram também traços comuns nas danças pírricas da Grécia, com dançadores vestidos à maneira greco-romana, com paus que parecem lanças.
Os alunos da EPPU Bragança preferiram tratar um tema bandeira da União Europeia e, num trabalho intitulado "Unidos na Diversidade", juntaram diferentes nacionalidades dos que frequentam esta escola, desde Angola à Ucrânia, Timor Leste e Suíça.
O trabalho teve como base os Direitos Humanos, Europa, multiculturalismo, interculturalismo, educação e Erasmus+ e aborda a multiculturalidade existente na escola e os programas da União Europeia para a integração e tolerância.
"Todos os seres humanos nascem livres e iguais e devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade" é uma das citações da Declaração Universal dos Direitos do Homem presente neste trabalho também premiado com a viagem a Bruxelas.
Ao todo são cerca de 20 jovens, mais professores, que o eurodeputado levará na próxima semana a conhecer o centro das decisões europeias, com visita incluída ao Parlamento Europeu.
Agência Lusa
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