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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Nordeste Transmontano reivindica novas ferrovias após abandono de décadas

O Nordeste Transmontano praticamente não tem transporte ferroviário puxado a locomotiva, com exceção de poucos quilómetros na Linha do Douro, no concelho de Carrazeda de Ansiães. A reposição e a renovação da ferrovia são, por isso, um anseio regional.
A Comunidade Intermunicipal Terras de Trás os Montes (CIM-TTM) pretende um maior aproveitamento das degradadas linhas férreas do Sabor e do Tua, duas ferrovias que atravessam o distrito de Bragança e podem ser recuperadas para fins turísticos e comerciais.

Em declarações à Lusa, o presidente da CIM-TTM, Artur Nunes, disse que é importante, numa primeira fase, recuperar os canais ferroviários e a intenção de intervir nas antigas estações, que são de extrema relevância ao nível do património edificado.

"Nesta recuperação, há um duplo conceito: transformar os antigos canais ferroviários em ciclovias ou linhas ferroviárias viradas para o turismo, o que ao mesmo tempo é uma forma de revitalizar estes equipamentos e criar uma nova oferta turística", indicou o também autarca de Miranda do Douro.

Numa segunda fase, afirmou, se houvesse vontade do poder instalado em Lisboa, era importante redesenhar ou revitalizar estas ferrovias e torná-las atrativas.

Ao longo dos dois percursos é possível ver o estado de abandono: estações em ruínas, carris levantados, material de apoio destruído ou azulejos arrancados. Noutros locais, o canal que suportava os carris por onde passavam locomotivas a carvão ou 'diesel' foi interrompido ou utilizado para enterrar condutas de água.

No entanto, outras áreas foram recuperadas paras novos fins. São poucas, mas têm utilidade.

Em Bragança, por exemplo, transformou-se a antiga estação de caminho-de-ferro numa central de camionagem e, a pouco quilómetros dali, o espaço envolvente à estação de Santa Comba de Rossas deu lugar a um espaço ajardinado para a aldeia.

Já parte da estação de Mirandela é ponto de partida e chegada de um metropolitano de superfície.

As linhas do Tua e do Sabor estão hoje "muito longe da vitalidade" que trouxeram à região transmontana até finais da década do 80 do século passado e em muito troços "muito dificilmente" voltam a circular comboios, devido à degradação, um cenário que a Lusa constatou em vários concelhos do distrito de Bragança.

Artur Nunes sublinhou que as ferrovias têm uma capacidade de aproximar populações, com um custo relativamente baixo ao nível da manutenção e do transporte de passageiros ou mercadorias.

"É importante criar uma ligação entre o litoral e o interior ou ligações interconcelhias, como já houve num passado ainda não muito distante", vincou o responsável.

No caso das linhas do Sabor e Tua, insistiu, só o fim turístico poderá dar nova vida às ferrovias.

"Eu não tenho dúvidas de que se estas duas linhas estiverem em funcionamento, haveria outra pujança económica nestes concelhos do distrito de Bragança", observou o autarca.

Diversas entidades de cooperação transfronteiriça reclamam uma ligação ferroviária que ligue Zamora (Espanha) ao Porto de Leixões, para potenciar a indústria do turismo em território ibérico e os transportes de mercadorias.

O presidente da CIM-TTM explicou que esta ideia já foi transmitida aos representantes das restantes CIM da região Norte, bem como à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.

A proposta já foi subscrita pela CIM-TTM e resulta de uma ação articulada entre várias organizações de municípios da região que pretende ver esta possibilidade inserida no Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território.

Para o autarca, "tem havido um desinvestimento ao nível ferroviário" no norte do país e o Governo central anunciar investimentos novos na ferrovia apenas para o centro e para o sul.

O presidente da CIM-TTM enfatizou que não é preciso "um comboio de alta velocidade, mas uma ferrovia que aproxime territórios, populações de aldeias, vilas e cidades".

Os autarcas não falam em traçados, nem em datas de execução, vincando que o importante é que a nova ferrovia conste do plano nacional.

Os benefícios são óbvios, apontou Artur Nunes: entre as Terras de Trás-os-Montes e o Porto, por exemplo, há 250 quilómetros, o que "numa ferrovia corresponde a uma hora e numa estrada a três horas".

Agência Lusa

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