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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

O tratado de Alcanizes

Foi a 12 de Setembro de 1297 na vila de Alcanizes, localizada na província de Zamora a uns dois quilómetros da fronteira portuguesa de Trás-os-Montes, que foi assinado dos mais importantes tratados entre Portugal e Espanha e cujos traços essenciais se mantêm até aos nossos dias.
Tratou-se de um acordo de definição de fronteiras que pretendia resolver vários focos de conflito entre Portugal e Castela, evitando que pequenas disputas territoriais pudessem arrastar os dois países para uma guerra de dimensões superiores. O tratado foi assinado entre o rei de Portugal D. Dinis e o rei de Castela Fernando IV e seguiu-se a um período de tensão entre as duas coroas, no decorrer do qual várias incursões militares de ambos os lados e diversos pontos de discórdia haviam elevado o risco de um confronto geral. Tratou-se, portanto, de um acordo de cedência mútua de posições fronteiriças e de reconhecimento de uma linha de separação dos territórios dos dois países.

Quais foram os termos do tratado?
O Tratado de Alcanizes enumerou um conjunto de localidades e posições fortificadas, quer em Portugal, quer em Castela, que foram definitivamente entregues a um e a outro lado, comprometendo-se ambas as partes a aceitar a partilha e a renunciar a qualquer reclamação futura. Portugal adquiria, entre outras localidades e vilas, Campo Maior, Almeida, Castelo Rodrigo, Monforte ou Sabugal. Ayamonte, Herrera de Alcântara ou Valência de Alcântara ficaram definitivamente entregues a Castela.

Este acordo de fixação da fronteira enquadrava-se no âmbito mais geral da estratégia diplomática e defensiva de D. Dinis, com vista a um acordo de paz sólido e duradouro com o reino vizinho. Esta estratégia incluía os preparativos de uma aliança política, selada pelo casamento da infanta D. Constança com o rei de Castela D. Fernando, e do infante D. Afonso de Portugal – futuro D. Afonso IV – com D. Beatriz, irmã do rei castelhano.

Foi, portanto, um tratado com largo alcance?
Sim, é comum dizer-se que Portugal possui as mais antigas fronteiras da Europa e esta característica resulta da forma como o Tratado de Alcanizes foi respeitado, nas suas linhas gerais, ao longo dos séculos. Houve, no entanto, exceções. Uma delas é a localidade de S. Félix dos Galegos, não muito longe da vila de Almeida, que voltou ao domínio castelhano pouco depois da assinatura do tratado e que é hoje um município de Salamanca. Mas mais importante é o caso da vila de Olivença, que foi ocupada por Espanha no princípio do século XIX e que permanece um assunto por resolver desde o Congresso de Viena, em 1815. Portugal nunca reconheceu formalmente a ocupação espanhola.

O Tratado de Alcanizes não foi, portanto, cumprido na sua totalidade, mas as exceções não passam de pormenores que nunca abalaram o seu valor fundamental, que foi o de ter permitido a estabilidade da fronteira ao longo de mais de sete séculos de História.

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