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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Tradição da galhofa, a luta entre rapazes, ainda não se perdeu

Nesta época, para além dos rituais católicos associados ao Santo Estevão há tradições como a corrida da rosca ou a galhofa que ainda se mantêm. Este jogo de luta tradicional e única quase se perdeu, mas devido ao esforço de preservação entrou mesmo no currículo do curso de desporto no Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
A galhofa já saltou da palha para o tapete de luta, dos currais para a sala de aula há mais de 10 anos. Mas a origem está em algumas aldeias do concelho de Bragança, como Grijó e Parada, e perde-se no tempo.

A junção desta tradição às festas cristãs terá contribuído para preservar este tipo de luta única no país. “Em Portugal, uma luta corpo-a-corpo que esteja mais ou menos documentado e se tivesse mantido até tão próximo de nós não conheço nem parece que haja. Provavelmente, porque foi associada às festas do Natal porque se não tivesse estado associado a um evento importante e religioso é bem provável que também tivesse desaparecido como desapareceu nas outras vezes do país onde houve também outras lutas parecidas a esta mas que foram desaparecendo”, entende José Bragada, natural da aldeia de Grijó de Parada, onde ainda se pratica este tipo de luta corpo a corpo. Mas quando a prática estava quase perdida o também professor do IPB resolveu integrar a galhofa na disciplina de desportos de combate da licenciatura de desporto.

“Sendo conhecedor deste jogo tradicional e para além disso sendo mais ou menos especializado na educação física e desporto verifiquei que esta actividade tinha potencial pelo menos igual a outras atividades que se importam do Japão e Coreia, esse tipo de artes marciais, que também ninguém conhece e acabam também por se impor e ter praticantes. Mas o objectivo primeiro era não deixar perder uma actividade que agora voltou a praticar-se, mas que há 15 a 20 anos estava a perder-se completamente”, afirmou.

Pelo menos 600 alunos já terão entrado em contacto com a galhofa a partir das aulas no IPB, onde são também organizados torneios anualmente.

O objectivo foi contribuir para a divulgação da prática com o propósito final de tornar a galhofa um desporto federado. Ainda não se chegou lá, mas a maioria dos passos necessário já foram dados. “O que tentamos fazer foi documentar melhor esta atividade e criar um regulamento, que não é definitivo, criar também um símbolo e um equipamento próprio, que tivesse a ver com esta mística de um jogo que é praticado à noite, no solstício de Inverno portanto associado estas festas religiosa, mas também profanas”, explicou.

E como suporte para curiosos e novos praticantes há mesmo um livro: “Galhofa: Luta Tradicional De Portugal” que José Bragada publicou sobre o jogo.

Tornar a galhofa num desporto federado continua a ser um objectivo, bem como incluir o jogo nas aulas de educação física nas escolas.

A tradição ancestral da Galhofa repete-se hoje em Grijó e amanhã em Parada, no concelho de Bragança.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

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