Tendo em atenção a necessidade urgente de reparar as suas instalações e o seu “limitadíssimo” rendimento – 80 000 réis –, a Junta da Bula da Cruzada concedeu-lhe, em 1853, um subsídio de 1,2 contos de réis e pediu ao Governo, dois anos mais tarde, um apoio de 1,5 contos de réis, apoios esses que continuaram nos anos seguintes.
Fachada principal do Seminário de Bragança |
O curso de estudos teológicos, bienal, era constituído por quatro cadeiras – direito canónico, teologia dogmática, teologia moral e teologia sacramental –, garantidas por dois professores. A sua frequência exigia um diploma liceal de gramática latina, filosofia e moral. Uma década mais tarde, passou a curso trienal, englobando então sete cadeiras.
Em 1872-1873, o Diário do Governo registava no Seminário de Bragança “uma grande desproporção entre o número de professores, o pessoal empregado e o dos alunos” – naquele primeiro ano, para nove professores existiam 13 empregados quando o número de alunos externos e internos era de 17.
D. José Alves de Mariz, em finais do século XIX (1885-1898), vai introduzir novas cadeiras que vão enriquecer e atualizar este curso – física, química e história natural; música e canto; arqueologia e corografia.
Paulatinamente, à medida que o Seminário de Bragança passou a dispor de melhores instalações e equipamentos – o embrião da sua biblioteca começou em 1864-1865 –, os jovens naturais da Diocese de Bragança-Miranda, que estudavam preferencialmente no Seminário de Braga, passaram a frequentar o Seminário de Bragança.
Com 44 alunos em 1854, 46 em 1855, o seu número cresceu significativamente até 1910 – 25 alunos em 1861-1862, perto dos 100 na década de 1880, mais de 200 em 1896-1897, perto de 260 alunos em 1904. A maioria destes jovens era oriunda do mundo rural e de grupos sociais economicamente mais desfavorecidos, funcionando esta instituição de ensino e educação como um valioso instrumento da sua valorização social e cultural.
Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa
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