domingo, 30 de dezembro de 2018

La Bella música italiana

Por: António Orlando dos Santos 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Quando na minha juventude ouvia música italiana, eu achava que aquele povo possuía um dom que Deus lhe concedera em paga de algo que ELE considerava de grande valia.
De facto muito de grande valia esse povo realizou, para glória do Altíssimo e deleite dos humanos.


Não vou aqui enumerar  "nessun cappo lavoro" mas não resisto a dizer algo sobre o meu gosto musical no tempo da minha juventude e que ainda hoje, quando calha ouvir algo que foi impressivo e recordo com gosto, sinto um misto de saudade e também um prazer que hoje é mais completo porque, durante o curso das minhas aventuras na estranja tive a fortuna de privar com gente italiana, particularmente no trabalho, aproveitando por acréscimo, ter apreendido um pouco da língua dos que me deliciavam cantando mas, eu não entendia completamente por falta de conhecimento dela.
Aconteceu que hoje por acaso encontrei no YouTube a canção mais bela, para mim, que o grande cantor-compositor que foi Domenico Modugno compôs e interpretou. E hoje pela primeira vez em todos estes anos consegui entender a lírica que é uma pequena obra de arte, uma poesia que depois de musicada se tornou num legado aos que gostam de coisas lindas: VECHIO FRACK! E passo a citar, esperando poder compartir com todos algo que é para mim a síntese de uma bela poesia entretecida numa belíssima melodia!
É giiunta mezzanotte/ Se spengono i rumori /Si spegne anche l'insegna/ Di quell 'último café/ Le strade son deserte/ Deserte e silenziose/ Un'ultima carrozze/Gigolando se ne'vá/ Il fiume scorre lento/ Frusciando sotto il ponte/ La luna spende in cielo/ Dorme tutta la citá/ Solo vá un uomo in frack/. Ha il cilindro per cappelo/ Due diamanti per gemelli/ Un bastonne de christallo/ La gardenia nell'ochiello/ E sur candido gilé/ Un papillon, un papillon, di seta blu/ Se avicina lentamente con incendere elegante/ Há l'aspecto trasognato/ Malinconico ed assente/ Non si sa da dove vien/ Ni dove va ,qui mai sará/ Quell'uomo in frack?/ Bon nuit, buon nuit,buona notte/ Va dicendo ad ogni cosa/ Ai fanali iluminati/ Ad un gatto innamorato/ Che randagio se ne va/ lalalala,lalalala/ É giunta ormai l'aurora/ Se spengono I fanali/ Si sveglia poco a poco/ Tutta quanta la cittá/ La luna s'incantata,sorpresa e impallidita,pian piano scolorando/ In il cielo sparirá/ Sbadiglia una finestra/ Sul Fiume silenzioso/ E nella luce bianca/ Galleggiando se ne van/ Un cilindro,un fiore e un frack/. Galleggiando dolcemente e lasciando se cullare/ Se ne scende lentamente,sotto i ponti,verso il mare,verso il mare/ Se ne vá,qui mai sará quel uomo in frack?/ Adieu,adieu,adieu/ Addio al mondo / Ai ricordi del passato ad un sogno mai sognato/ Ad un'attimo d'amore/ Que mai piú ritornerá ...../ Lalalala,lalalala , Fine. Autor: Domenico Modugno.
Todo o poema é simétrico, e flui sem impedimento, como se fora o tal Fiume (Rio) que (se ne scende lentamente) e de par com a melodia nos transporta a algo de misterioso. Reparem que quando se (sbadglia una finestra) se apresenta a aurora sobre o rio silencioso e é como que o apogeu do poema. A partir dali tudo é descendente mesmo que possua toda aquela harmonia das coisas que se finam para outras despontarem.
O homem que usava o frack mantém-se misterioso e o sentimento de perda se explica com (Ad un attimo d'amore, que mai piú ritornerá).
Enfim foi uma tarde linda a que me calhou hoje em sorte. Como quando era jovem vibrei com a genialidade de Domenico Modugno. Grazzie mille a lui. E Obrigado a quem teve a paciência de me ler.






Bragança 29/12/2018
A. O. dos Santos
(Bombadas)

Sem comentários:

Enviar um comentário