O Asilo Duque de Bragança, criado sob os auspícios de D. Carlos, foi definitivamente instalado em 1867 pelo Governador Civil em exercício, Henrique José Ferreira Lima, para proteger instruir a “infância desvalida”, as meninas órfãs, ao cuidado de duas irmãs do Recolhimento do Loreto, substituídas em 1900, a convite da Câmara Municipal, pelas Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora, que aí irão continuar mesmo após a proclamação da República.
Era a concretização de um projeto iniciado em 1857 – à semelhança do que acontecera em Vila Real, em 1855 – pelo Governador Civil em exercício, Augusto Ernesto de Castilho e Melo, projeto esse que, apesar de “apoiado por toda a boa gente de Bragança”, demorou uma década para abrir portas. Instalado no convento beneditino de Santa Escolástica, a partir de 1875, começou a funcionar como escola de ensino primário, ministrando ainda formação em francês, música, piano, serviços domésticos e lavores, preparando assim as meninas para, aos 14 anos, serem entregues a “famílias honradas e de bons costumes”, onde passavam a trabalhar.
Recebendo anualmente, nas décadas de 1860-1870, 17 a 29 órfãs, o seu número foi aumentando, de tal forma que, por 1899-1900, registava 40 alunas internas e 70 externas.
Para explicar este aumento do número de alunas, importa referir que, a partir de 1875, passou a receber as meninas abandonadas ou expostas da roda-hospício – criada em Bragança no ano de 1872 –, a partir dos sete anos de idade.
Casa de beneficência, caridade e instrução, na década de 1870, tinha “uma vida raquítica e enfezada”, “sem as necessárias condições de higiene e capacidade”, com meios “muito poucos e limitados”, apesar de a Junta Geral do Distrito e o Governo contribuírem para o seu funcionamento.
Mau grado estas dificuldades, o Asilo Duque de Bragança desenvolveu uma importante ação na integração social das crianças desprotegidas.
Em 1910, o número de crianças e adolescentes internas andava pelas quatro, sendo de 70 o número das alunas externas.
Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa
Número total de visualizações do Blogue
Pesquisar neste blogue
Aderir a este Blogue
Sobre o Blogue
SOBRE O BLOGUE:
Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
COLABORADORES LITERÁRIOS
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário