O orçamento para o próximo ano foi aprovado da câmara de Mirandela, por maioria, na Assembleia Municipal, da passada sexta-feira.
São cerca de 37 milhões e 700 mil euros, o que representa uma redução de 3,5 por cento, comparativamente a este ano, na prática a diminuição é de 1 milhão e 325 mil euros. O destaque vai para o aumento do subsídio atribuído às 30 freguesias do concelho, que passa dos 100 mil euros para os 700 mil. A presidente do Município entende que se trata de um orçamento que privilegia a coesão e a justiça territorial. Júlia Rodrigues acredita que será possível alcançar uma elevada taxa de execução
“Houve verbas que não conseguimos aplicar e que vão transitar para o próximo ano. E aquilo que nós pretendemos e quando formos fazer o ajustamento daquilo que está previsto no orçamento e no PPI. Aquilo que me parece é que o este documento centra-se essencialmente na justiça territorial. É um orçamento arrojado, equilibrado e coeso para o território do concelho de Mirandela”, disse Júlia Rodrigues.
O PSD optou pela abstenção, porque, na opinião de Paulo Pinto, trata-se de um orçamento de continuidade ainda com a chancela do anterior executivo PSD, liderado por António Branco
“É um orçamento de continuidade do ano anterior. 80% das despesas de capital são projectos aprovados e cabimentados pelo anterior executivo do PSD e que a senhora presidente aproveita para executar”, vincou Paulo Pinto.
Também os deputados municipais do CDS abstiveram-se, alegando Virgílio Tavares que o documento apresentado não traz nada de novo e que não prevê obras estruturantes para desenvolver o concelho.
“O orçamento é uma continuidade e não tem as obras estruturantes que é preciso começar para desencadear o desenvolvimento em Mirandela, nomeadamente, as acessibilidades à A4, no lado poente. Um parque de exposições para feiras ou desportivo, são alguns exemplos. São apenas remendos. Não votamos contra porque entendemos que o executivo trabalhe e mostre o que vale”, afiançou Virgílio Tavares.
O único deputado municipal da CDU votou contra. Jorge Humberto Fernandes diz tratar-se de um orçamento pobre e sem ideias novas.
“E que não corta com algumas questões que vêm do passado que seriam importantes considerar como é a renegociação da dívida às Águas de Portugal ou acabar com o possível processo de atribuição da exploração da água em alta e em baixa à Resíduos do Nordeste. Existem obras importantes que dei como exemplo, a construção de uma casa mortuária municipal onde não seja contemplada a religião cristã e que sirva todas as religiões, porque o estado é laico e republicano. A questão do mercado municipal é outra obra estruturante para o concelho de Mirandela”, disse Jorge Humberto Fernandes.
Nas grandes opções do plano, o executivo liderado por Júlia Rodrigues, estabelece como prioridades, as políticas sociais, com a renovação do Bairro Operário e do Bairro do GAT; a expansão da Zona Industrial, e a implementação de uma rede de transportes urbanos, bem como a remodelação das instalações da Central de Camionagem. Os mirandelenses também vão pagar menos IMI, no próximo ano. A taxa passa de 0,375 por cento para 0,350 por cento e a assembleia também aprovou a devolução de 2 por cento de IRS dos 5 por cento a que o Município tem direito, na taxa de participação variável, a incidir sobre os rendimentos de 2019.
Escrito por Rádio Terra Quente
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