quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Portugal regista mais bebés, mas aumento ainda é ligeiro. Bragança com queda preocupante

António Costa pediu durante a mensagem de Natal uma "nova dinâmica" na natalidade. Dados de 2018 revelam mais cerca de cem bebés, em média, por mês.
Depois da ligeira descida de 2017, tudo indica que em 2018 a natalidade deve aumentar ligeiramente em Portugal. Os últimos dados do chamado "teste do pezinho", feito a praticamente 100% dos recém-nascidos, revelam uma subida de 1,4%. Ou seja, foram realizados mais 1.107 testes entre janeiro e novembro.

Recorde-se que ontem, na mensagem de Natal, o primeiro-ministro, António Costa , apontou para a demografia como o segundo maior desafio do país, dizendo que "é absolutamente essencial que os jovens sintam que têm em Portugal a oportunidade de se realizarem plenamente do ponto de vista pessoal e profissional, e assegurar uma nova dinâmica à natalidade".

Os dados hoje enviados à TSF, pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), revelam uma ligeira mas ainda curta recuperação, mais notória em cinco distritos: Guarda (+10,6%), Viana do Castelo (+9,7%), Portalegre (+7,4%), Santarém (4,6%) e Beja (+4,5%).

No outro extremo, a natalidade caiu claramente em Bragança (-9,2%) e Évora (-5,8%).

Por outro lado, nos distritos com mais nascimentos, em Lisboa a natalidade recupera a um ritmo de 2,1%, enquanto no Porto cai quase 0,8% - sinais contraditórios, que mostram uma tendência de subida que ainda não é evidente.

Durante a crise económica e a intervenção da troika Portugal registou um mínimo histórico de bebés (82.367 em 2014), afastando ainda mais o país dos valores que os especialistas consideram necessários para renovar as gerações e que já não eram atingidos desde a década de 1980 (2,1 filhos, em média, por mulher em idade fértil).

Os números subiram um pouco em 2015 e 2016, mas voltaram a cair ligeiramente em 2017. Mesmo com a recuperação agora à vista para 2018, os números continuarão muito longe dos mais de 100 mil nascimentos por ano que se registavam antes da crise.

Nuno Guedes
TSF

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