Abriu portas, na tarde de ontem, a XI Feira de Artesanato e Produtos Regionais de Parada, em Bragança.
O certame integra-se nas festividades em honra de Santo Estêvão que representam o reviver e manter de tradições ancestrais celebradas, sobretudo, pelos filhos da terra e por aqueles que, a fazer vida fora do país, por estes dias regressam a casa e aos seus. "É a tradição do Santo Estêvão e é tradição porque gosto da minha aldeia. Não tenho muita família aqui mas é a alegria de vir à aldeia e de ver as pessoas todas", contou Agostinho Geraldes, de Parada, emigrante em França. "Gosto do ambiente e da tradição. Sempre dá para ver e matar saudades daquilo que hoje em dia está quase perdido", explicou Idalina Rodrigues, de Coelhoso, emigrante em França, há 31 anos. "Já cinco ou seis anos que vimos passar o Natal aqui. Isto já é a nossa segunda família. Vêm muitos emigrantes que, se calhar, não vêm noutras datas para virem no Santo Estêvão", referiu Sérgio Delgado.
Além da feira, outras tradições, bem mais antigas, fazem parte destes três dias de festa e marcam a quadra natalícia. Ainda no dia de ontem cumpriu-se a volta à aldeia no carro de Santo Estêvão e amanhã vão acontecer a corrida da rosca e a galhofa. Tradições e acontecimentos únicos que, segundo a presidente da junta de freguesia de Parada, Sandra Afonso, atrai diversos emigrantes. "Chama muitos emigrantes e se tivessem de optar entre vir passar as férias de verão ou passar as festas de inverno, eles optam sempre por vir no inverno e deixam o verão. São tradições, são acontecimentos únicos que são só nossos, é uma coisa da nossa terra e da nossa gente e eles têm interesse em que a tradição não acabe".
Presente nesta abertura de portas da feira esteve ainda o presidente da câmara de Bragança. Segundo Hernâni Dias, manter viva a tradição é uma forma de mostrar aos mais novos os rituais destas gentes. "É importante que os mais novos percebam aquilo que os seus antepassados faziam relativamente a esta festa. Há uma componente muito forte de ligação quando se promovem momentos de convívio onde as pessoas se encontram, onde toda a comunidade se reúne e onde as pessoas sentem que a sua aldeia está viva e não se perdem tradições".
Para os expositores, a maioria de Parada, é uma forma de fazer negócio mas sobretudo de contribuir para que a feira se mantenha. "A chouriça, a alheira e o butelo... o butelo nesta altura também se começa a vender bem. Principalmente quem vem de fora vem à procura do que lá não se consegue encontrar", explicou Francisco Figueiredo, de Parada. "Como sou daqui aproveito e vou fazendo umas coisinhas... bijuteria, licores, chapéus, cachecóis, o que calha. Vou fazendo e vou trazendo", contou Maria Esteves. "Adequa-se a esta época do ano, se não fosse feita nesta época não teria tanto resultado", disse o artesão de Aveleda, Gilberto Ferreira. "Trago mel, que é um produto próprio e tem alguma saída sobretudo na época de inverno", referiu a produtora de Rabal, Sílvia Pinelo.
Em Parada, as festividades de Santo Estêvão, assim como a feira, terminam amanhã.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves
Número total de visualizações do Blogue
Pesquisar neste blogue
Aderir a este Blogue
Sobre o Blogue
SOBRE O BLOGUE:
Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
COLABORADORES LITERÁRIOS
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário