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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

AS LENTES DOS NOVOS E DOS VELHOS

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Ao manusear as obras expostas num escaparate de livraria, encontrei, em certa ocasião, livro que folheei, ao acaso.
A determinado passo, deparei com frase, que ficou bailando na mente, por ser bem pensada, e muito verdadeira.
Autor? Não sei. Livro? Também não me recordo do nome, por mais que o rebusque na memória.
Dizia o autor, mais ou menos, isto: “ Os novos, se usam óculos é para verem ao longe; mas os velhos usam-nos para verem ao perto.”
Observação excelente! Maravilhosa metáfora! Na verdade, há dois modos de contemplar a vida: a dos jovens e a dos idosos.
Sartre, referindo-se a seu amigo Paul Nizan, disse: “Pensávamos que o mundo era novo, porque nós éramos novos no mundo.”
Para eles, tudo era novidade: os reclames luminosos de Paris, a beleza e o encanto da Primavera…etc…etc… (“ Jean Paul Sartre” por Alfredo Margarido).
Os novos, colocam os olhos no futuro, em sonhos vãos, em ilusões e vaidades, que raras vezes conseguem realizar; sempre na esperança de atingir o ideal: para o mundo e para si.
Os velhos, pelo contrário, são ponderados e refletidos. Olham para o presente: para a vida quotidiana; para coisas palpáveis; seus sonhos são reais; porque, o futuro, para eles, é o presente.
Essa é a razão dos novos usarem lentes para verem ao longe; e os velhos, de olhos cansados, de muito viverem, olham o mundo com lentes de ver ao perto.
Ao visitar a “ minha” livraria, topo, quase sempre, junto com obras que se encontram em voga, outras escritas por ilustres desconhecidos, a que o livreiro chama: monos; mas quantas vezes excelentes, porque guardam, no seu seio, recheio precioso: sentenças, que nos fazem pensar e refletir, e não poucas vezes: meditar.

Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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