Para Patrícia Falcão Duarte, secretária-geral da Fenazeites, a solução para o aumento do preço do azeite está também no aumento do consumo do produto. “O preço do azeite é o grande problema, que anda na casa dos dois euros e, nitidamente, no caso dos olivais tradicionais não paga o custo da apanha e faz com que esses olivais tenham rentabilidade negativa. Penso que vamos ter que, de alguma forma, conseguir aumentar o consumo, começando em Portugal, porque o consumo no país também tem baixado e é um problema europeu. Para subir o preço precisávamos também de aumentar o consumo, acho que vamos ter que trabalhar em conjunto, fazer campanhas e elucidar o consumidor sobre os diferentes tipos”.
Nesta campanha, que está prestes a terminar, a azeitona está a ser vendida a 25 cêntimos o quilo. Criar uma cooperativa de grau superior para ampliar a oferta de azeite é a solução, apresentada por Francisco Silva, secretário-geral da Confagri, para aumentar o consumo e preço do azeite transmontano. “Algo que tem que ser feito a prazo, eventualmente, seria criar uma cooperativa de grau superior, em que haveria uma uniformidade dos azeites e uma capacidade de oferta maior. A Confagri, há uns anos atrás, criou condições, ao nível da legislação em vigor no nosso país para que isso fosse possível, agora tudo depende da vontade dos próprios. Nós podemos ajudar, colaborar, temos condições do ponto de vista jurídico e do ponto de vista económico, no que toca a estudos de viabilização. Agora passa pela vontade das cooperativas”.
No início da campanha, as empresas extractoras de azeite informaram as cooperativas e os lagareiros de que o preço do bagaço e transporte iria aumentar. Devido a esta medida, os produtores de azeite não têm onde armazenar o azeite. Não olhar para o bagaço de azeite como um subproduto e que pode ser utilizado até à última reserva, é uma solução para este problema, que está afectar o sector, segundo Carla Alves, directora regional de Agricultura e Pescas do Norte. “Temos a possibilidade de vir a valorizar o bagaço de azeitona como fonte energética, temos a questão do caroço que é muito valorizado, temos a possibilidade para a alimentação animal... e vamos tentar que, numa próxima campanha, já haja uma outra solução que não seja estarem completamente nas mãos de quem hoje em dia está a recolher os bagaços”.
Os representantes das cooperativas olivícolas da região reuniram-se em Macedo de Cavaleiros, na sexta-feira, onde debateram soluções para os problemas que o sector está atravessar. Foram ainda apresentadas questões relacionadas com estratégias de marketing que podem ajudar na venda do azeite transmontano.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais
Sem comentários:
Enviar um comentário