sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Hospitalização domiciliária já é um sucesso em Bragança

Em meio ano de funcionamento, a medida apresenta uma taxa de aceitação por parte dos doentes na ordem dos 90%.
Foto: DR
A Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD) da Unidade Local de Saúde do Nordeste já tratou, nas suas residências, 45 doentes, que optaram pela recuperação no domicílio em vez do convencional internamento hospitalar.

O modelo de prestação de cuidados de saúde no seio familiar foi implementado no distrito de Bragança em julho do ano passado e em cerca de seis meses apresenta uma taxa de aceitação por parte dos doentes na ordem dos 90%.

“A taxa de sucesso ao nível dos tratamentos é atestada pelos resultados obtidos por esta Unidade que, até à data, não registou nenhum reinternamento de doentes acompanhados no domicílio e não tem casos de readmissão no hospital às 72 horas ou de idas ao Serviço de Urgência de forma não programada. E também não há registo de mortes de doentes em recuperação no domicílio”, refere em comunicado a ULS do Nordeste.

A unidade de saúde refere que a alternativa ao internamento convencional “permite uma recuperação mais rápida do doente no seio familiar, contribuindo assim para a redução de infeções e de complicações associadas ao meio hospitalar”, explicando que “a demora média de internamento do total de doentes tratados até ao momento, por esta unidade, ronda os oito dias”.

A UHD da ULS do Nordeste tem, atualmente, capacidade para cinco camas de internamento no domicílio, na cidade de Bragança, estando previsto, de futuro, o aumento do número de camas e o alargamento da área de influência da valência hospitalar.

A unidade funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, e conta com uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde, que assegura o acompanhamento dos doentes em casa, através de visitas domiciliárias ao longo do dia e noite.

A admissão dos doentes é efetuada de acordo com critérios clínicos e sociais, sendo essencial dispor de apoio familiar ou de um cuidador informal, e assenta no princípio da aceitação voluntária.

“A assistência de qualidade e de proximidade aliada ao conforto da recuperação no seio familiar têm contribuído para a satisfação generalizada dos doentes e dos cuidadores/familiares”, realça a ULS do Nordeste.

Gustavo Vaz, de 38 anos, necessitou de internamento para o tratamento de uma pneumonia. Foi-lhe explicado o funcionamento desta modalidade de internamento e aceitou a recuperação no domicílio, com o apoio da esposa.

“Sinto-me mais confortável em casa, no meu espaço, do que no hospital. E tenho cá a mesma assistência como se estivesse lá. Estou muito satisfeito. São incansáveis”, conta Gustavo Vaz.

Também Ivone Calado optou pelo internamento do seu pai em casa, um doente de 87 anos, que necessitou de tratamento na sequência de uma infeção urinária e mostra-se satisfeita com o serviço prestado, não poupando nos elogios à equipa da Unidade de Hospitalização Domiciliária.
Foto: DR
“São todos muito atenciosos connosco, tratam muito bem do meu pai e dão apoio a mim e à minha mãe, explicando tudo o que eles fazem e também o que nós podemos e devemos fazer para o ajudar a recuperar”, afirma Ivone Calado, acrescentando que se sente mais segura em casa, porque tem oportunidade de estar sempre perto do pai.
“Sabemos que a qualquer instante podemos contactar com a equipa por uma linha direta. Sentimo-nos seguros”, declara.

Segundo a Unidade Local de Saúde do Nordeste, entre os motivos de internamento, as patologias mais frequentes estão relacionadas com o aparelho respiratório, urinário, cardiovascular e gastrointestinal.

Olímpia Mairos

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