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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 25 de janeiro de 2020

ACHEGAS PARA OBTER UMA BIBLIOTECA

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")



Conta-se, que certa manhã, Camilo, estando na Praça Nova, no Porto, encontrou negociante seu conhecido, sobraçando grande quantidade de livros.
Ao Vê-lo, Camilo, disse-lhe a sorrir:
- “Tantas livros leva! …”
Respondeu-lhe o homem, com a boca cheia de risos:
- “ São para meus filhos…São quatro quilos de conhecimento! …”
- Quatro quilos de sabedoria!? …” - Repetiu o romancista. – “Veja lá se o roubaram no peso…”

Possuir muitos volumes, nas estantes do escritório, para deslumbrar amigos e conhecidos, é coisa, em regra, de novo-rico.
Livros alinhados, perfilhados, encadernados a pele, com lombadas a oiro, não representam, nem cultura, nem sabedoria.
Há quem compre colecções inteiras, convencido que ao adquirir livros a metro, se torna culto…apenas decoram estantes…
Não é fácil ter uma boa biblioteca; depende do gosto literário, da profissão, e da capacidade de cada um.
O advogado, o economista, o engenheiro, e o médico, por exemplo, necessitam, além das obras basilares, que todos devem conhecer, livros técnicos, que lhes forneçam informações úteis para a profissão.
Cada qual deve escolher, na imensidade das obras, que, quase diariamente, se edita, os livros que lhe agrada e que lhe possa ser útil.
Um pouco de tudo – a meu ver, – será o ideal, tendo em conta a idade.

Além dos autores basilares, na língua portuguesa (Camilo *, Eça, Machado de Assis, Garrett, Alexandre Herculano, etc. …etc. …) que convêm conhecer, pelo menos as obras mais conhecidas, há vantagem de possuir punhado de clássicos, principalmente os acessíveis à maioria dos leitores, como: Frei Heitor Pinto, Manuel Bernardes, Francisco Manuel de Melo, António Vieira, Frei Luís de Sousa, Francisco Rodrigues Lobo, por exemplo. (S. Tomás, aconselha: não ir directamente ao mar; mas pelos pequenos ribeiros. Tudo depende da capacidade e da preparação.)

Dos estrangeiros poderei, entre outros, citar: André Mairois, Ortega y Gasset, Pascal, Teilhard de Chardin, Bacon, Marco Aurélio, Platão, La Bruyère, Erasmo, Descartes, Montaigne, Balzac, Azorín, Shakespeare, Kant, Proust, Tolstoi, Claudel, Stendhal, e muitos outros, que por ser lista extensa, não devo mencioná-los em artigo de jornal.

Há, todavia, autores, para quem desejar informações úteis e proveitosos conselhos, (livros de cabeceira,) que são: - em minha opinião, – imprescindíveis: Carrel, Sertillanges, Jean Guiton, Mário Gonçalves Viana, Marden, Billy Graham, Fulton Sheen, Montapart e a Bíblia (pelo menos o Novo-Testamento).

Além dos mencionados, que considero basilares, há outros de igual quilate, mas seria impossível mencioná-los, aqui.
Termino, com palavras de André Mairois:
“ Ter cultura, não é saber de tudo um pouco; também não é saber muito dum só assunto. É conhecer a fundo alguns grandes espíritos, alimentar-se deles, assimilá-los.”
Deve-se ler, reler, tresler, e meditar no que se leu.
Padre Manuel Bernardes aconselha, até, que é: “Mais frutuoso, e menos cara a lição moderada dos mesmos livros, do que a demasiada de vários.”

*)”El Amor de Perdição”, de Camilo, es uno de los libros fundamentales de la literatura ibérica (castellana, portuguesa y catalana) – Unamuno- “Por tierras de Portugal y España”.

Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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