A decisão foi tomada ontem à tarde, no Tribunal de Vila Flor, onde deveria ter ocorrido a análise e votação da proposta para viabilizar o grupo, adquirido em Dezembro pela gestora de capital de risco CoRe Equity. No final da sessão, José Eduardo Andrade, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal, explicou as razões do adiamento.
“O administrador de insolvência apresentou-se, logo de início, a pedir ao Tribunal a autorização de adiamento da votação. A assembleia decorreu mas apenas a discutir esse adiamento porque supostamente haveria arestas para limar, porém nunca falou em postos de trabalho, que era aquilo que nos interessava saber”, afirmou.
Era o que interessava saber, porque o plano de insolvência prevê a saída de 90 trabalhadores da empresa de Paredes do grupo Sousacamp. O sindicato encheu um autocarro com parte desses trabalhadores e veio para junto do Tribunal de Vila Flor protestar contra o despedimento de pessoal. Leonor Martins trabalha há 12 anos na empresa e está descontente com a forma como querem dispensar os trabalhadores.
“Não concordo e por isso estou aqui a manifestar junto com os colegas. Querem propor mútuo acordo mas nós não queremos. O desemprego que nos estão a dar não está correto, não é normal, por assim dizer. E nós, obviamente não queremos. Se nos querem despedir têm de o fazer da forma que é justa”, sublinhou.
O dirigente sindical, José Eduardo Andrade, que liderou a concentração junto ao Tribunal de Vila Flor, acrescenta que também ficou descontente com a pressão que está a ser feita sobre os trabalhadores.
Trabalhadores da fábrica da Sousacamp de Paredes concentraram-se esta tarde, em frente ao Tribunal de Vila Flor, onde decorreu mais uma assembleia de credores. Em cima da mesa, a votação do plano de insolvência que foi reagendada para 19 de Fevereiro, às 10 horas. O emagrecimento previsto da unidade de Paredes resulta da reorganização industrial traçada para optimizar a actividade do grupo e que passa por suspender a produção naquela fábrica e concentrá-la nas duas outras unidades detidas pela Sousacamp em Benlhevai e Vila Real. A unidade de Paredes continuará a centralizar o embalamento e a expedição do grupo, o que garante a manutenção de mais de 100 postos de trabalho.
Escrito por Rádio Ansiães (CIR)
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