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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 26 de janeiro de 2020

A oficina de artesanato de Luís Costa

Os Caretos de Podence vestem fatos confecionados na própria aldeia, feitos de colchas vermelhas, decoradas com franjas de lã colorida, uma tradição que deve ter recorrido ao que havia na aldeia, às colchas velhas, bordadas a vermelho, e depois decoradas com franjas de cor, normalmente vermelha, amarelo e verde, encimadas por uma longa cauda.


A completar o disfarce, uma máscara, feita a partir dos elementos comuns e mais fáceis de encontrar, de couro ou de lata pintada de cor vermelho como antigamente, ainda com as publicidades das latas de óleo ou outras. Hoje são mais fáceis de fazer a partir de uma folha de zinco ornamentadas com tinta, e pintadas a gosto. 

A veste do careto fica completa com os chocalhos, cruzados e pendurados num cinto, de forma com eles produzirem os sons típicos e ensurdecedores nas suas correrias e saltos demoníacos com que afugentam as pessoas e chocalham as raparigas.


Luís Filipe Costa é careto desde que se conhece, vive na aldeia de onde saiu apenas para estudar e tirar um curso superior em Coimbra, hoje dedica grande parte do seu tempo aos Caretos de Podence, faz parte da associação, também seguiu as pisadas dos seus país, com a sua mãe, Esmeralda, aprendeu a fazer os fatos das colchas de lã antigas, as quais decora com lãs coloridas e com o pai aprendeu a fazer as máscaras  "Levo duas horas para fazer uma máscara, as de couro só eu faço seguindo uma tradição do meu avô. Já um fato demora dois meses."


Luís tem agora uma oficina de artesanato instalada na estrada principal da aldeia, a que deu o nome Quinta do Pomar, onde vende de tudo um pouco, desde as compotas, mel, azeite, licores, mascaras e fatos de careto feitos por encomenda.










Luís Costa um profundo conhecedor das tradições dos caretos, e aproveitando a sua vivência e conhecimento, na primeira pessoa, escreveu um livro aproveitando a sua tese de mestrado, com o titulo, “Caretos de Podence – História, património e Turismo”, onde nos dá a conhecer em pormenor o que é ser careto hoje e o que representa essa mística e esse orgulho de vestir o fato.

Foi numa tarde destas que fomos até Podence, visitar a oficina de Luís e onde podemos fazer a reportagem que está documentada no vídeo acima, onde se pode ver a família de Luís a trabalhar para preparar o próximo entrudo chocalheiro.

Texto e fotos: António Pereira

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