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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

O que se faz para prevenir incêndios? Investigador diz que Portugal "tem uma cara diferente” na limpeza das áreas

O investigar Xavier Viegas considerou hoje que Portugal “tem uma cara diferente” em matéria de limpeza das áreas que mais afetam diretamente a segurança das pessoas nos incêndios florestais.

O cientista, que tem acompanhado a problemática nacional desde os incêndios de 2017, nota que “há muito mais limpeza junto das casas e das vias junto da floresta” e que “há uma mudança claramente na atitude das pessoas, (uma) maior sensibilidade para o problema”.

“Houve um trabalho que foi feito e que criou essa sensibilização, não sei se também por força de ameaça das coimas, mas como facto é que realmente se nota que o país tem uma cara diferente”, afirmou.

Xavier Viegas falava, em Bragança, à margem de um seminário sobre incêndios rurais promovido pelo Instituto Politécnico local e que junta durante dois dias cerca de 300 pessoas, com painéis de oradoras das diferentes áreas ligadas à problemática dos fogos florestais,

O investigador salientou que a defesa e segurança das pessoas “é a parte prioritária” e nota avanços nesta vertente, todavia entende que “todo o trabalho de defesa da floresta, das faixas de gestão”, está por fazer.

”O que tem estado a falhar é a chamada prevenção estrutural, que passe por melhorar as condições de gestão de combustíveis na floresta e de organização desse setor para termos uma floresta mais ordenada”, considerou.

Na opinião do investigador, este é um trabalho “se calhar para várias gerações”, um processo lento que se prolongará além dos dez anos para que está projetado o Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais.

O plano está em discussão pública até 5 de fevereiro e foi hoje apresentado à audiência de Bragança por Paulo Mateus da AGIF-Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais como “o princípio de um novo sistema de gestão integrada de fogos rurais.

“O enfoque deste plano é permitir resolver ou mitigar os grandes incêndios. Nós não queremos que 2017 se volte a repetir e, para isso, temos de transformar a paisagens, criar barreiras efetivas à progressão desses grandes incêndios e de trabalhar com a população e os agentes”, descreveu.

O resultado do trabalho que já está a ser desenvolvido com as populações foi evidenciado pelo comandante distrital de Bragança da GNR, Carlos Felizardo, com dados de 2019, ano em que aquela força de segurança notificou cerca de 500 pessoas para fazerem a limpeza de terrenos e das bermas, em todo o distrito de Bragança.

“Tivemos um resultado muito satisfatório porque depois só levantámos uma centena de autos”, vincou.

A GNR está a fazer o planeamento para novas ações de sensibilização das populações que devem arrancar brevemente, logo que o Governo defina as freguesias prioritárias.

Numa primeira fase, os militares falam com as pessoas e identificam os locais a necessitarem de limpeza, só mais tarde é que a Guarda passa para a fase da fiscalização do cumprimento ou não das notificações e, se for o caso, a instauração de autos de contraordenação.

“Há sempre resistências a que mudem os hábitos, mas aqui no nosso distrito as pessoas querem é ter informação e, às vezes, não fazem melhor porque falta-lhe um bocado de informação porque sempre tiveram uma forma de trabalhar e agora têm de se adaptar.

O trabalho tem sido bastante profícuo e as coisas têm corrido minimamente de forma aceitável”, afirmou o comandante.

O programa aldeias seguras veio também reforçar o trabalho de prevenção e o comandante do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Bragança, Noel Afonso confirma os resultados, sem fogos de grandes dimensões nos últimos anos, que atribui “a todas as entidades que concorrem para a temática da prevenção e combate.

A maior preocupação no distrito de Bragança para o comandante é “o grande abandono de áreas muito extensas e de grande continuidade que podem potenciar incêndios de grandes dimensões”, uma consequência direta do abandono da terra e despovoamento da região.

O politécnico de Bragança pretende com este seminário sobre os incêndios rurais contribuir, como referiu Amílcar Teixeira, da organização, com “um espaço de reflexão e discussão com todos os intervenientes para que o próximo verão possa decorrer da melhor forma.

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